As declarações inaugurais do ministro da Justiça, Eugênio
Aragão, reafirmaram que no faroeste à brasileira a bandidagem tem cúmplices
fantasiados de xerife.
Na entrevista à Folha,
por exemplo, o caçula do mais bisonho primeiro escalão da história deu um
recado aos policiais federais engajados na Lava Jato:
“Cheirou vazamento de investigação por um
agente nosso, a equipe será trocada, toda. Eu não preciso ter prova”.
Quer dizer: o justiceiro que não tolera a
divulgação da verdade é também um detetive cuja única arma é o olfato.
Não é pouca coisa. Mas não é tudo.
O entrevistado informou que também o
instituto da delação premiada não lhe cheira bem.
“Na medida em que decretamos prisão
preventiva ou temporária em relação a suspeitos para que venham a delatar, essa
voluntariedade pode ser colocada em dúvida”, pontificou. “Porque estamos em
situação muito próxima da extorsão.
Não quero nem falar em tortura”. O besteirol
permite suspeitar que Delcídio do Amaral resolveu contar o que sabe por não ter
suportado os métodos selvagens utilizados pelo juiz Sérgio Moro e pela
força-tarefa de procuradores federais.
Nesta terça-feira, mais sinais de que
pretende trocar o comando da Polícia Federal somaram-se ao falatório infeliz
para confirmar que o ministro tentará sabotar a operação que, por ter mostrado
que a lei enfim passou a valer para todos, é aplaudida por oito em cada dez
brasileiros.
Vai quebrar a cara.
Depois do lote inicial de bravatas e
bobagens, ficou parecido com um atacante da Seleção Brasileira que prometesse
virar o jogo ao entrar em campo no segundo tempo daquele 7 a 1 contra a
Alemanha.
O Titanic infestado de cafajestes está com
a proa submersa. Aragão imagina que pode rebocá-lo até a praia usando uma
canoa.
Se não criar juízo, constata o comentário
de 1 minuto para o site de VEJA, acabará consumando uma proeza e tanto: será o
primeiro ministro da Justiça enquadrado pela Justiça por obstrução da Justiça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário