Jornal americano 'The Wall Street Journal' destaca a valorização da divisa brasileira após a decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia
Valorização do real depois do Brexit
foi maior que a de tradicionais portos seguros do mercado de câmbio, como iene
e franco suíço (Pedro Rubens/VEJA)
Mais do que portos seguros tradicionais, como o iene e o franco suíço, o
real é que pode ser a melhor opção para investidores do mercado de câmbio no
mundo pós-Brexit - ao menos de acordo com o jornal americano The Wall
Street Journal, que levou ao ar em seu site nesta quinta-feira reportagem
sobre o tema.
O diário destacou que o real foi a moeda que mais se valorizou desde a
última sexta-feira, quando saiu o resultado do referendo que selou o Brexit, a
saída do Reino Unido da União Europeia.
Iene e franco suíço, moedas fortes e
chamariz de investidores em momentos de instabilidade, subiram 2% no mesmo
período.
"Não, não é que os investidores de repente tenham encontrado um
refúgio no politicamente instável Brasil", ressalva a publicação.
A
valorização da moeda brasileira está mais associada aos altos juros do Brasil e
ao fato de que o Brexit reforçou a tendência de o Federal Reserve (Fed, o banco
central americano) postergar a elevação de sua taxa básica de juros.
Em um cenário de incerteza, como o criado pelo Brexit, a expectativa de
mudança na política monetária americana no curto prazo diminuiu, na avaliação
de investidores. Juros mais altos nos EUA tendem a atrair recursos que, no
momento, estão em ativos de mercados emergentes, como o Brasil.
Assim, se os
EUA de fato decidirem esperar mais um pouco para alterações na política
monetária, os emergentes seguem atrativos. Daí a alta do real.
Em junho, a
alta em relação ao dólar foi de 11,05%.
Essa foi a maior variação da moeda para
um só mês desde abril de 2003.
(Da
redação)
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