STF autoriza apuração sobre delação que cita Temer e Aécio Neves
Delator citou políticos de PMDB PP, DEM, PSDB,
PT e PCdoB
O
ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou apuração
dos fatos narrados na delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio
Machado, um dos delatores da Operação Lava Jato, que cita o atual presidente da
república, Michel Temer.
Machado diz em depoimento, ter conversado com Temer na Base Aérea
de Brasília, em setembro de 2012.
Na ocasião, segundo Machado, o então
vice-presidente pediu recursos para a campanha de Gabriel Chalita, então
candidato à Prefeitura de São Paulo.
De acordo com o portal G1, o objetivo também é finalmente apurar a
existência de um suposto acordo envolvendo parlamentares para barrar a
operação.
Além disso, na colaboração, Machado admitiu ter repassado propina a
28 políticos, que hoje integram oito partidos: PMDB, PT, PP, PC DO B, DEM,
PSDB, PDT e PSB.
Segundo a delação de Machado, só para o PMDB, que teria
apadrinhado a nomeação de Machado para a presidência da Transpetro, ele teria
arrecadado R$ 100 milhões, segundo depoimento prestado ao Ministério Público.
Nas conversas, os políticos falam com Machado sobre como
viabilizar um acordo para paralisar a Lava Jato.
Renan Calheiros sugere, em uma
das conversas, alterar a lei de delação premiada, acordos de leniência e
execução provisória da pena.
Em nota enviada nesta sexta, a defesa do senador Romero Jucá
afirmou que "delações premiadas irresponsáveis acabam comprometendo
pessoas que não tem nada a ver com as investigações".
Sérgio Machado também relatou uma suposta articulação, ocorrida em
1998, para eleger uma bancada de, pelo menos, 50 deputados federais para
viabilizar a candidatura do senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves
(MG), para a presidência da Câmara no ano de 2000.
À época, Aécio era deputado
federal e tentava a reeleição.
De acordo com o ex-dirigente da Transpetro, Aécio embolsou sozinho
R$ 1 milhão dos R$ 7 milhões que foram arrecadados pelo esquema durante o
governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Na ocasião, Machado era
líder do PSDB no Senado.
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