☼Cientistas alertam para extinção de espécies em massa☼

 Artigo publicado nos Estados Unidos revela um aumento considerável na taxa de extinção em comparação a outros períodos históricos
por Globo Rural Online
 
Arara-azul: a ave brasileira é um dos animais ameaçados de extinção
Um estudo feito por cientistas nos Estados Unidos alerta para a ocorrência de uma possível sexta extinção de espécies em massa. O artigo, publicado na revista Nature e divulgado nesta quinta-feira (03/03) pela Agência Fapesp, levanta a hipótese de que a Terra pode estar se aproximando de um episódio semelhante aos que ocorreram nos períodos Ordoviciano, Devoniano, Permiano, Triássico e Cretáceo – quando dinossauros e outros animais foram extintos.

Segundo o estudo, cerca de 99% das espécies da Terra deixaram de existir nos últimos 3,5 bilhões de anos. Mas, apesar de impressionar, o número não revela nada de anormal e demonstra como a extinção de espécies é algo comum e equilibrado pelo próprio processo evolutivo que formam as espécies.

No entanto, eventualmente, esse balanço deixa de existir quando as taxas de extinção se elevam. Em alguns momentos, as taxas são tão altas que o episódio se caracteriza como uma extinção em massa. "Nos últimos 500 anos, por exemplo, das 5,5 mil espécies de mamíferos conhecidas, pelo menos 80 deixaram de existir", afirmam os cientistas.

Os autores da pesquisa, que inclui o brasileiro Tiago Quental, explicam que os paleontólogos caracterizam como extinções em massa os episódios em que a Terra perde mais de três quartos de suas espécies em um intervalo geológico curto, como ocorreu apenas cinco vezes nos últimos 540 milhões de anos.

Agora, os biólogos sugerem que uma sexta extinção em massa possa estar ocorrendo, por conta das perdas de espécies conhecidas nos últimos séculos e milênios.

"Se as espécies atualmente ameaçadas – aquelas classificadas oficialmente como em risco crítico, em risco ou vulneráveis – realmente se extinguirem, e se essa taxa de extinção continuar, a sexta extinção em massa poderá chegar tão cedo quanto de três a 22 séculos", disse Anthony Barnosky, curador do Museu de Paleontologia e professor da Universidade da Califórnia em Berkeley, principal autor do estudo.

Entretanto, segundo os autores do estudo, não é tarde demais para salvar muitas das espécies em risco."Ainda temos muita biota [conjunto de seres vivos flora e fauna de um determinado período] da Terra para salvar.

É muito importante que direcionemos recursos e legislação para a conservação de espécies se não quisermos nos tornar a espécie cuja atividade causou uma extinção em massa".
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