20 de março de 2013
Reuters
A sonda
Voyager 1, lançada em 1977 para explorar os planetas mais distantes, entrou em
uma nova região no seu caminho para fora do Sistema Solar, disseram cientistas
nesta quarta-feira.
A sonda,
que está agora a mais de 18 bilhões de quilômetros, detectou duas mudanças
claras e relacionadas no seu ambiente em 25 de agosto de 2012, escreveram os
cientistas em um trabalho a ser publicado na revista Geophysical Research
Letters e que a Reuters recebeu por e-mail nesta quarta-feira.
As
mudanças dizem respeito aos níveis de dois tipos de radiação: uma que permanece
dentro do Sistema Solar e outra que vem do espaço interestelar.
O número
de partículas dentro da bolha do Sistema Solar no espaço, uma região chamada de
heliosfera, diminuiu a menos de 1 por cento dos níveis anteriormente
detectados, ao passo que a radiação de fontes interestelares mais do que
dobrou, segundo o astrônomo Bill Webber, professor emérito da Universidade
Estadual do Novo México, em Las Cruces, e principal autor do estudo.
No
entanto, os cientistas ainda não arriscam dizer que a Voyager já esteja no
espaço interestelar.
A sonda,
lançada do Cabo Canaveral em 5 de setembro de 1977, pode estar agora em uma
região limítrofe antes desconhecida, entre a heliosfera e o espaço
interestelar. Webber se refere a essa área como "helioabismo".
"Está
fora da heliosfera normal", disse ele em nota. "Tudo o que estamos
mensurando é diferente e interessante."
Em
dezembro, cientistas disseram que a Voyager havia chegado a uma "rodovia
magnética" em que as linhas do campo magnético do Sol se ligam às linhas
do campo magnético do espaço interestelar.
"Acreditamos
que essa seja a última perna da nossa viagem até o espaço interestelar",
disse na época o cientista Edward Stone, envolvido no projeto da Voyager.
"Nossa aposta é de que faltam provavelmente entre alguns meses e um par de
anos."
Em nota
nesta quarta-feira, Stone disse que são necessários outros indícios de que a
Voyager tenha saído do Sistema Solar, pois há um consenso de que isso ainda não
aconteceu.
"Uma
mudança na direção do campo magnético é o último indicador crítico de chegada
ao espaço interestelar, e essa mudança de direção ainda não foi
observada", disse ele.
A Voyager
1 e a sonda-irmã Voyager 2 foram lançadas com 16 dias de diferença, em 1977,
para passarem ao largo de Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.
A Voyager
2 viaja em outro caminho, também rumo aos limites do Sistema Solar, e se
acredita que ainda não tenha atingido a "rodovia magnética" que leva
ao espaço interestelar.
(Reportagem de Irene Klotz)
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