Ford GT: Aceleramos a releitura de um ícone

Foto: Ford GT (Divulgação)Ford GT: Aceleramos a releitura de um íconeFord GT: Aceleramos a releitura de um ícone 

Modelo lançado em 2004 acelera de 0 a 100 km/h em 3,2s e chega aos 330 km/h



LeMans, anos 60. No ambiente da prova mais clássica de endurance a Ford fez uma proposta ousada: queria comprar a Ferrari. A resposta do sisudo comendador Enzo foi um retumbante “não”. E a partir daí, com o espírito ianque ofendido, os norte-americanos resolveram dar o troco.
 
O mito nasceu para vencer a escuderia italiana. E acabou se tornando um dos carros de corrida mais fantásticos já produzidos. Carroll Shelby, famoso pela versão brava do Mustang, foi chamado para ajudar no desenvolvimento da máquina.
 
A distância de 40 polegadas do solo ajudou a escolher o nome. E não demorou para que reinasse de forma absoluta em solo francês: venceu a prova quatro vezes seguidas, de 1966 a 1969. Inclusive, o lendário piloto Dan Gurney inventou o famoso banho de champagne em uma dessas vitórias.
 
A releitura do mito voltou ao mercado em 2004, com o mesmo design sedutor dos anos 60. Além disso, um belo motor V8, de 5,4 litros e 550 cv à disposição do motorista. O torque é de 69,1 kgfm. Mais números? 0 a 100 km/h em 3,2 segundos e velocidade máxima de 330 km/h.
 
Pensando em tudo isso me vi frente a frente com o puro-sangue, que tem apenas sete exemplares no Brasil. Apreciei suas linhas, abri a porta, notei os assentos esportivos e o interior com clara inspiração no passado. Mas a diversão ainda estava por vir.
 
Impressões ao volante
 
Girei a chave e o ronco grave invadiu o habitáculo. Ou devo dizer cockpit? O GT é um daqueles carros que mesmo em marcha lenta faz o coração disparar no peito. Algumas bombadas e a carroceria balança com o carro.
 
A posição de pilotagem – esse sim, o termo certo – é baixa e traz a alavanca de câmbio em posição mais alta. Mantendo a tradição das pistas o conta-giros fica no centro e o velocímetro na direita, quase fora do campo de visão periférica.
 
Basta uma pisada de leve para entender um pouco do espírito do bólido. O escapamento ronca alto e o som do supercharger subindo de giro é algo realmente único. A embreagem é um pouco mais pesada, mas nada que atrapalhe o passeio.  
 
Em determinado ponto foi possível dar uma daquelas aceleradas que liberam um sorriso no rosto e um palavrão impublicável em qualquer meio de comunicação. No final do dia, ainda pegamos um pouco de trânsito pesado na Marginal Pinheiros e percebemos o olhar incrédulo dos outros motoristas.
Afinal, não é todo dia que vemos um mito andando por aí...
 

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