Otávio Cabral Dilma entre os governantes africanos: dívida de 840 milhões de dólares perdoada (Roberto Stuckert Filho)
Reportagem de VEJA desta semana mostra que, por trás
de presente de US$ 840 milhões, está a necessidade de
ajudar empreiteiras amigas do governo
Na comemoração dos cinquenta anos da fudação da União Africana, realizada na semana passada na Etiópia, a presidente Dilma Rousseff deu aos anfitriões um presentão de 840 milhões de dólares.
O valor equivale ao total da dívida que doze países do continente haviam contraído com o Brasil e que a partir de agora não terão mais de se preocupar em pagar. O governo brasileiro os perdoou.
Foi o pragmatismo eleitoral, mais do que a solidariedade aos povos sofredores, que orientou a decisão da presidente Dilma de perdoar a dívida dos países africanos.
A questão é que empreiteiras, mineradoras e produtoras agrícolas que querem atuar nesses países com financiamento do BNDES (o órgão acaba de aprovar a criação de um escritório de representação na África do Sul). Ocorre que a legislação impede a concessão de benefícios a nações com dívidas atrasadas junto ao Brasil.
Ao abrir mão da cobrança dos débitos, medida que ainda precisa ser aprovada pelo Senado, o governo pretende remover essa barreira – e deixar o caminho livre para as empresas amigas.
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