Em menos de uma semana, um monumento milenar foi transformado em cascalho. Uma empresa no Belize utilizou escavadeiras para destruir uma pirâmide construída pelos maias há 2.300 anos e transformá-la em matéria-prima para a construção de estradas.
O Belize é um país da América Central que faz fronteira com o México e a Guatemala. Essa região viu florescer a cultura maia séculos antes dos europeus chegarem nas Américas. A pirâmide de Nohmul, no norte do país, era uma das mais altas de região, com cerca de 30 metros de altura.
Segundo a imprensa local, houve enorme indignação pública quando os arqueólogos do Instituto de Arqueologia de Belize descobriram a destruição. Segundo Jaime Awe, que chefia o instituto, as primeiras denúncias foram feitas na semana passada.
“É um enorme sentimento de descrença na ignorância e falta de sensibilidade dessas pessoas, que vão usar isso para construir uma estrada”, disse Awe. “É como sentir um soco no estômago”. |
Em vistoria nesta terça-feira, os arqueólogos encontraram o monumento praticamente destruído, com apenas um pequeno pedaço da pirâmide de pé. A pirâmide fica em terras privadas, de controle de uma empresa de cana-de-açúcar, mas segundo o governo do país os artefatos arqueológicos são protegidos por lei e não poderiam ter sido destruídos.
De acordo com a CNN, o ministro de Recursos Naturais do Belize, Gaspar Vega, divulgou nota dizendo que o governo não teve responsabilidade na destruição. O Ministério do Turismo iniciou uma investigação do caso.
“Monumentos culturais como Nohmul são artefatos sagrados na história de Belize e devem ser protegidos a todos os custos. Isso [a destruição da pirâmide] mostra desdém pelas nossas leis e políticas”. |
Segundo Awe, a destruição de pirâmide pode ser punida com dez anos de prisão pela lei do país.
Foto: Jaime Awe/AP
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