JUROS►Copom eleva taxa básica de juros da economia para 9,5%

Taxa selic - 09/10/2013 (Foto: ÉPOCA)

O aumento - de 0,5 ponto percentual - foi o quinto consecutivo. Com a medida, o Banco Central tenta controlar a inflação do ano
REDAÇÃO ÉPOCA, COM ESTADÃO CONTEÚDO E AGÊNCIA BRASIL
09/10/2013 20h24 - Atualizado em 09/10/2013 21h02

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central  elevou a Selic em 0,5 ponto porcentual na reunião desta quarta-feira (9). A taxa básica de juros da economia brasileira subiu pela quinta vez consecutiva desde abril, chegando a 9,5%. 
Ao final da sétima reunião do ano, o Copom divulgou que “a decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano”. A decisão do Copom foi por unanimidade e sem viés (não pode mudar até a próxima reunião do comitê, marcada para 26 e 27 de novembro). 

A opção do BC já era esperada pelo mercado financeiro. Antes da divulgação da Selic, o Comitê de Acompanhamento Macroeconômico da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) avaliou que o juro subiria "em virtude do atual balanço de riscos inflacionários e do grau de incerteza dos agentes quanto ao dinamismo da economia no curto e médio prazos". 
Apesar de o risco da inflação ultrapassar o teto da meta ser considerado residual (5%), 19% das projeções recolhidas pelo comitê mostram taxa acima de 6% em 2013. Para a Anbima, as projeções sinalizam pouca margem de manobra da equipe econômica na condução do sistema de metas para o último trimestre do ano. O IPCA de 2013, para 67% dos economistas, acumulará alta entre 5,80% e 6,10%. 
A moda das projeções do comitê indica elevação de 0,25 ponto porcentual na Selic em novembro, para 9,75%. A elevação sinalizaria a "interrupção subsequente do processo de alta de juros por parte do Banco Central". A taxa básica de juros cresceu 2,25 pontos percentuais no ano – passou de 7,25%, em abril, para os atuais 9,5%. 
Repercussão 
A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) disse que a alta na Selic indica que a instituição financeira continua empenhada em conter a inflação. "Ao elevar a taxa Selic para 9,5%, com aumento de meio ponto porcentual, em linha com o consenso de mercado, o Banco Central parece continuar disposto a atuar para conter a alta da inflação - que, apesar de ter mostrado recuo, continua acima da meta anual (4,5%)", afirma o presidente da ACSP e da Facesp, Rogério Amato, em nota.
De acordo com Amato, no entanto, o BC deve agora pôr no radar a preocupação com a atividade econômica. "Daqui para a frente, devido à fraca recuperação do nível de atividade econômica, num contexto de queda dos índices de confiança, e ao menor patamar alcançado pela taxa de câmbio, poderia ser conveniente dosificar o aumento dos juros. Porém, desde que a política fiscal implementada seja efetivamente neutra em termos de inflação", afirma.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) avalia que a decisão do BC de elevar o juro foi acertada, pois "o ambiente macroeconômico brasileiro não permite ao Banco Central (BC) flexibilizar suas ações contra a inflação".
De acordo com a entidade, a inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ainda está em patamar elevado, embora no acumulado de 12 meses já venha apresentando desaceleração. Além do aumento desta quarta-feira, a FecomercioSP prevê que o Copom aplicará mais um aumento de 0,25 ponto porcentual na reunião de novembro, o que contribuirá para levar a inflação a fechar 2013 em 5,2%.
O aumento do juro amplia o quadro de dificuldades do empresariado brasileiro. A avaliação é do presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad), José do Egito Frota Lopes Filho. Segundo ele, embora o Banco Central (BC) cumpra seu papel técnico ao elevar o juro para conter a alta inflação, esse aumento ganha força ao lado de entraves já existentes para a retomada da economia, como excesso de tributos e de regulação.  

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