“Alô, é José Dirceu, do núcleo petista da Papuda”. Ou: Chega de preconceito! Dirceu não fez nada além do que habitualmente fazem os marginais nos presídios!
A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, governado por Agnelo Queiroz, companheiro de partido do petista José Dirceu, disse que abriu sindicância para apurar o uso de celular pelo mensaleiro dentro do presídio, prática considerada uma falta grave. O chefão petista, condenado por corrupção ativa e formação de quadrilha, bateu um papo com James Correia, titular da Indústria, Comércio e Mineração na gestão do também governador petista Jacques Wagner, da Bahia. O próprio Correia confirmou a conversa em entrevista ao “Painel”, da Folha. O homem é empresário da área de petróleo e gás e já contratou os serviços de Dirceu como “consultor”. Todo mundo sabe que o mensaleiro é especialista no setor, não é mesmo?
A esta altura, os petralhas pensam: “Pô, presidiários do Brasil inteiro usam celular o tempo todo; de dentro dos presídios, saem ordens para os bandidos que estão nas ruas…”. É verdade. Desta vez, eu concordo com os petralhas: Dirceu não fez nada que esses marginais, ligados ao crime organizado, não façam habitualmente. Por que o preconceito contra ele, né?
A secretaria emitiu uma nota, a saber:
Sobre a matéria publicada hoje (17/01) no jornal Folha de S.Paulo sobre a suposta utilização de celular pelo apenado da Ação Nº 470, José Dirceu, dentro do Complexo Penitenciário da Papuda, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal esclarece que:
1) Todas as informações veiculadas por meio da matéria serão alvo de um processo administrativo disciplinar aberto na manhã de hoje. O resultado da apuração deverá transcorrer ao longo do mês de janeiro e tem um prazo de até 30 dias para ser concluído.
2) O resultado do processo será encaminhado à Vara de Execuções Penais (VEP)
Sobre a matéria publicada hoje (17/01) no jornal Folha de S.Paulo sobre a suposta utilização de celular pelo apenado da Ação Nº 470, José Dirceu, dentro do Complexo Penitenciário da Papuda, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal esclarece que:
1) Todas as informações veiculadas por meio da matéria serão alvo de um processo administrativo disciplinar aberto na manhã de hoje. O resultado da apuração deverá transcorrer ao longo do mês de janeiro e tem um prazo de até 30 dias para ser concluído.
2) O resultado do processo será encaminhado à Vara de Execuções Penais (VEP)
Retomo
Sim, severidade máxima, posso apostar.
Sim, severidade máxima, posso apostar.
O tal James Correia diz coisas realmente singulares. Afirmou que José Dirceu está animado e quer trabalhar na biblioteca do presídio. Sei. E disparou uma frase deliciosa: “Ele está fazendo o que gosta”. É?
Correia também não dá muita bola para o que diz a lei e sustenta que seu amigão do peito, além do petróleo e gás, não fez nada demais. E anuncia a intenção do mensaleiro tão logo saia da cadeia para supostamente trabalhar: “Em breve, ele poderá falar o dia inteiro ao telefone, porque estará trabalhando.”
A menos que Dirceu seja contratado para trabalhar numa empresa de telemarketing, há de se perguntar: que diabo de trabalho será esse?
Pelado
Em 2010, Dirceu concedeu uma entrevista à revista Playboy. Falando sobre a sua atividade de “consultor”, soltou esta pérola:
“(…) No fundo, o que eu faço é isso: analiso a situação, aconselho. Se eu fizesse lobby, o presidente saberia no outro dia. Porque, no governo, quando eu dou um telefonema, modéstia à parte, é um telefonema!”
Em 2010, Dirceu concedeu uma entrevista à revista Playboy. Falando sobre a sua atividade de “consultor”, soltou esta pérola:
“(…) No fundo, o que eu faço é isso: analiso a situação, aconselho. Se eu fizesse lobby, o presidente saberia no outro dia. Porque, no governo, quando eu dou um telefonema, modéstia à parte, é um telefonema!”
Claro! Foi a segunda vez que um homem ficou pelado na Playboy — a primeira foi com Lula, em 1979, quando revelou que usava seu cargo no sindicato para pegar as viúvas dos companheiros menos afortunados do que ele… Papar viuvinha de companheiro morto que ia ao sindicato tratar de assuntos ligados à Previdência revela, certamente, um nível tão elevado de testosterona como de caráter.
Assim, tão logo o juiz da Vara de Execuções Penais decida autorizar que Dirceu trabalhe fora do presídio, é bom que se atente: há o risco de ele ficar o dia inteiro pendurado ao telefone, disparando telefonemas para o governo que, “modéstia (dele) à parte, são TELEFONEMAS”.
PS - James Correia tentou consertar o estrago. Afirmou depois não ter conversado pessoalmente com Dirceu. Uma terceira pessoa, uma visita, que estaria com o presidiário, teria servido de intermediária. Ah, bom! Seria boa a desculpa se fosse permitido entrar com celular no presídio. Mas não é.
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