Dilma ainda não explicou quem pagou a conta do hotel e nem por que os gastos com viagens presidenciais são segredos de Estado

A reportagem do Globo assinada por Paulo Celso Pereira e Chico de Gois transformou de vez em piada de brasileiro o álibi da “escala técnica”em Lisboa. Sabe-se agora que Dilma Rousseff resolveu presentear-se com a noitada em Portugal já na quarta-feira passada, dia 22, antes da chegada a Davos, na Suiça.
Na quinta-feira, enquanto alguns assessores providenciavam a hospedagem da turma nos hotéis Ritz e Tivoli, outros cuidavam da reserva da mesa para 12 pessoas no restaurante Eleven. Na sexta, pelo menos três funcionários do Planalto decolaram de Brasília para juntar-se em Lisboa ao Escalão Avançado (Escav) completado por colegas que deixaram a Suiça no sábado, antes da decolagem do avião presidencial.
Se é que a conta do jantar foi dividida entre os comensais, ainda assim terá sido  bancada pelos brasileiros que pagam impostos. Ministros em viagem pela Europa embolsam diárias de 460 dólares, ou mais de mil reais. É dinheiro de sobra para regabofes em restaurantes estrelados. Para pernoites em hotéis refinados existe o cartão corporativo.
Presidentes da República usam cartões corporativos, mas não recebem diárias. Em contrapartida, dispõem de um “ordenador de despesas” que cuida do pagamento de gastos que são tratados como segredo de Estado. “Por motivos de segurança”, sussurram integrantes do pior primeiro escalão da história.
Como se a pátria ficasse em perigo caso fosse descoberto o preço do prato típico português que Dilma saboreou no Eleven. “Eu lhe servi cavala”, contou o chef Joachim. Parece brincadeira. Mas cavala também é nome de peixe.

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