Em vídeos publicados antes do evento, Valter Pomar, Secretário Executivo da organização, afirmava para o mundo que a entidade era aberta, que qualquer pessoa poderia assistir aos encontros e que “tudo” que era “discutido” encontrava-se publicado no site para quem quisesse ver, acessível, inclusive, à imprensa.
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A UNE participou do XIX Encontro do Foro de São Paulo, na oficina de Juventudes
Crédito da foto: site do Foro de São Paulo
Crédito da foto: site do Foro de São Paulo
Entretanto,
isto não corresponde à realidade como já estamos fartos de saber e denunciar, e
o próprio Lula afirmou, no aniversário de 15 anos da organização, que foi
necessário manter esses encontros longe do público pois, se assim não fosse,
não teriam conseguido eleger tantos presidentes nos países membros e fazer as
reformas que necessitavam.
A grande imprensa brilhou por sua ausência no local
e silêncio sepulcral nos noticiários.
Chama a atenção que, mesmo já tendo sido
liberado para comentários, a mídia ainda guarda respeitoso silêncio sobre esta
organização criminosa que conspira contra a liberdade e a democracia nos nossos
países.
Tive o cuidado de acompanhar, durante os dias do evento, todos os
canais da televisão nacional e não vi nenhum dar sequer uma notinha daquelas
que passam despercebidas no mar de informações inúteis anunciadas com o peso de
um terremoto.
Única e louvável exceção cabe ao SBT e ao jornalista Paulo
Eduardo Martins que
vem falando corajosamente do FSP, mas cujo programa tem edição local no Paraná,
limitando a abrangência do público.
O site recebeu novo layout mas, ao contrário do anterior, não se
encontrava mais nada dos arquivos antes existentes.
Nesse, eles apostaram que o
interesse do público ocorreria apenas durante o evento, tendo o cuidado que
remover toda a memória histórica que, passada a efervescência de
“manifestações” e falatórios, aos poucos vai retornando ao formato antes
utilizado.
Como nos anos anteriores, houve várias oficinas específicas que
tratam de tudo: juventudes, mulheres, sindicatos, minorias, LGBT,
afro-descendentes, além de debates exclusivos por países.
Evidentemente que nem
um terço do que realmente foi discutido, deliberado e aprovado encontra-se à
disposição de curiosos “reacionários”, devendo ter-se restringido apenas às
principais lideranças do núcleo duro.
E tanto é assim que Valter Pomar publicou
em seu blog o Plano de Ação debatido e aprovado nesse encontro,
com uma ressalva: “Não se
inclui, portanto, as ações que
devem ser executadas pelas organizações-membros”.
Quer dizer, o que foi
publicado é aquilo que qualquer pessoa possa ver e, portanto, tudo muito
inofensivo.
Emir Sader, Editor da revista do Foro intitulada "América Libre", convidado especial do XIX Encontro
Dos vídeos
difundidos ao vivo e posteriormente, apenas o discurso de abertura, feito por
Lula, teve alguma importância mas que não revela o que foi deliberado, sendo os
demais absolutamente sem importância alguma, pois não passaram de elogios e
louvações ao FSP e a Chávez, o homenageado de honra desse Encontro.
O discurso de Lula merece atenção, pelo cinismo ao afirmar que “os cubanos nos ensinaram que só
com tolerância obteremos vitória” mas
também pela aparente auto-crítica em relação às suas relações com o povo que os
elege.
Uma frase dele, entretanto, merece destaque, sobretudo como reflexão
para os brasileiros que não querem ver o país sob um regime socialista e que
prezam a liberdade e a democracia. Disse ele:
“Temos que ter a consciência de que, pelo fato da esquerda estar
enfraquecida na maioria dos países do mundo, a América Latina pode, nesse
momento, ser o farol da nova esquerda que nós precisamos criar no mundo”.
Quer dizer, o domínio atual do socialismo-comunismo no
continente ainda não é o suficiente: ele quer mais, quer ser o farol para a
Europa, Ásia, África e Estados Unidos daquilo que eles conseguiram, com o apoio
e seguindo as palavras de Fidel Castro, restaurar no continente Ibero-Americano
e caribenho, perdido no Leste Europeu.
Um tema que seguramente foi debatido e deliberado a portas
fechadas, e que é a menina dos olhos do PT - a “democratização da mídia” - tem muitos pontos coincidentes com a proposta feita pelas
FARC nas imposições
que estão fazendo em Havana para selar o pseudo-acordo de paz com o governo
colombiano do traidor Juan Manuel Santos, curiosamente elaborada quando Pomar
esteve em Havana, em maio, e divulgada no mesmo período em que ocorria o XIX
Encontro em São Paulo.
Este bando terrorista não foi citado como fazendo parte
do FSP ou participante desse encontro mas, sem sombra de dúvida eles enviaram
representantes, uma vez que isto foi acordado em abril, num encontro do Grupo de Trabalho (GT-FSP) ocorrido em Bogotá.
Além disso, seu novo braço político, a “Marcha Patriótica”, já é membro pleno
do FSP e esteve presente no último Encontro.
Não tive acesso ao que foi debatido na oficina de mulheres, mas
é previsível crer que o tema da liberação do aborto esteve na mesa de
discussões, uma vez que, mal foi divulgada a aprovação da lei na íntegra pela
presidente brasileira, a notícia foi comemorada pelo Twitter.
Um dado da maior relevância, sobretudo se pretende-se pedir ao
Ministério Público uma auditoria na contabilidade do FSP, diz respeito à
decisão de Valter Pomar de isentar o
pagamento da inscrição a
todos os participantes, que custava US$ 100,00 por pessoa e US$ 500,00 por
partido.
Ora, segundo pode-se ler no site Vermelho.org, participaram do Encontro uns
300 representantes internacionais provenientes de 39 partidos, vindos dos
quatro cantos do mundo. E a pergunta incômoda é: de onde saiu o dinheiro para
tão portentoso convescote? Quem bancou as despesas de toda esta gente?
O que tramou-se neste XIX Encontro do FSP foi tão inofensivo e
leve quanto uma pisada de um elefante sobre uma taça de cristal da Boêmia.
Muito há ainda por descobrir pois, como restou provado nos documentos
publicados, o essencial está reservado para a cúpula. À peãozada, à militância
miúda, resta obedecer fielmente; e a nós, seguir investigando e denunciando sem
descanso.
E para aqueles que continuam nos acusando de “teóricos da
conspiração”, ouçam nas palavras do próprio Lula aquilo que há décadas Olavo de
Carvalho, esta escriba, Heitor De Paola e alguns “paranóicos” vimos
denunciando. Ouvindo agora da boca do próprio Lula, pergunto: quem mentiu
durante 23 anos? Quem era o "picareta"? Fiquem com Deus e até a
próxima!
Nota: Esse artigo foi escrito
ontem para publicação no “Mídia Sem Máscara” e no “Papeis Avulsos”,
mas acabei de saber de uma notícia que não poderia deixar de denunciar.
Ontem,
os terroristas das FARC assassinaram o irmão de Alicia Restrepo, uma amiga
guerreira colombiana que quero como uma irmã e que me causou muita dor e
tristeza, sobretudo por viver tão longe e não poder oferecer-lhe meu colo nesse
momento tão doloroso.
Mas também senti raiva e impotência diante desse fato que
é corriqueiro na Colômbia, o que prova - para quem ainda tinha dúvidas - que o
tal “acordo de paz” que se encena em Havana é uma farsa cruel, desumana e
asquerosa, e que conta com o apoio do governo brasileiro e do Foro de São
Paulo.
A Diego, que não conheci, que o Senhor lhe conceda o repouso no lugar da
Luz, e à sua família o consolo e a esperança de que um dia Deus se cansará, e
trará a Sua Justiça aos inocentes imolados.
Traduções e comentários: G. Salgueiro
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