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O pesadelo dos xeques árabes: a enorme abundância de gás natural extraído do xisto nos EUA

 Exploração de xisto no Colorado, nos EUA (Foto: Jim Blecha Photography USA)

Exploração de xisto no Colorado, nos EUA (Foto: Jim Blecha Photography USA)
Reportagem de Tatiana Gianini, publicada em edição impressa deVEJA
O PESADELO DOS XEQUES
Com o petróleo de xisto americano e as novas reservas mundiais, os sauditas estão perdendo a hegemonia energética
Descobertas nos anos 1930, as reservas de petróleo na Península Arábica passaram a ser cobiçadas a partir da II Guerra. Nos anos 70, parecia que a economia mundial se equilibrava sobre um gigantesco oleoduto imaginário que levava o ouro negro do Oriente Médio para os Estados Unidos.
Na crise de 1973, quando os maiores produtores, mancomunados no cartel da Opep, passaram a controlar os preços e boicotar clientes, a falta de gasolina nos postos não deixou dúvida de que toda a população americana tinha se tornado refém de xeques milionários e de óculos escuros.
Quase todas as guerras que se seguiram na região pareciam ser justificadas pelo anseio de garantir esse suprimento vital. Nos últimos anos, esse quadro começou a ser alterado com o crescimento de países emergentes, principalmente a China, entre os principais consumidores.
No ano que vem, a mudança já em curso ganhará velocidade com a conquista, pelos Estados Unidos, do posto de maior produtor mundial. Em 2015, a produção americana vai ultrapassar a da Arábia Saudita e a da Rússia. Os americanos já falam até em exportar petróleo.
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Com poços perfurando todas as regiões do mundo, a transformação estaria completa. As consequências econômicas já foram notadas por príncipes árabes assustados, mas as geopolíticas podem ser ainda maiores, à medida que o destino do Oriente Médio se torna menos vital para os Estados Unidos.
A irrupção do petróleo americano tem sua explicação no gás de xisto, um tipo de gás natural que se encontra misturado às rochas, em vez de estar concentrado em depósitos grandes. Sua extração depende de uma tecnologia chamada fratura hidráulica, pela qual grande quantidade de água misturada com areia e outras substâncias é injetada sob alta pressão no subsolo.
A operação provoca rachaduras, através das quais o gás escapa para o poço. O mesmo processo pode ser usado na obtenção do petróleo de xisto, mas, num primeiro momento, a viabilidade da exploração de gás era tão grande que os projetos petrolíferos foram adiados.
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