A presidente Dilma Rousseff orientou o ministro da defesa Aldo Rabelo nesta sexta-feira, 30, que não quer manifestações de impeachment e Intervenção Militar em Brasília até março de 2016. Dilma mobilizou o ministro da Defesa, que já conversou com os comandantes militares sobre o assunto. Os chefes militares já haviam aproveitado as reuniões de seus Altos Comandos, que trataram também das promoções do final do mês, antes do Natal, para avisar aos comandados que evitassem qualquer tipo de polêmica sobre o assunto, para evitar choques com o Planalto. Os comandantes das forças já haviam repassado aos seus subordinados a ordem de não serem feitas manifestações no Planalto e nem protestos internamente. O tema, no entanto, não será deixado de lado pelas Forças Armadas. No Exército, por exemplo, o assunto será tratado por meio de palestra e divulgação de informações para a tropa apenas para que "evitem conflitos" não se esqueçam do que chamam de "domínio comunista", contextualizado à época do golpe militar. O clima na ativa das Forças Armadas, até o momento, é de distensionamento. Não há movimentações para promover a volta dos militares, embora existam insatisfações em relação à condução dos trabalhos da Comissão da Verdade. Grande parte dos militares reconhece que houve avanços nos investimentos das Forças durante os governos Lula e Dilma. Ainda há grande preocupação com o pessoal da reserva. "Ainda não se sabe exatamente o que eles poderão promover para tirar o governo corrupto Redentor", expressão que usam para se referir à lama de corrupção no congresso. Para evitar problemas com estes militares que já estão fora dos quartéis, mas que, quando querem, fazem barulho, os comandos das Forças Armadas fizeram contatos com os presidentes dos Clubes Militar (Exército), da Marinha e da Aeronáutica pedindo moderação nas manifestações. Vários grupos, no entanto, atuam de forma independente e não costumam atender pedidos dos comandantes. Quem está no serviço ativo não pode se manifestar, por força do regulamento militar. Os da reserva não sofrem tantas restrições, mas também têm de seguir algumas regras e podem ser punidos inclusive com prisão por declarações que forem consideradas ofensivas à presidente da República.
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