Ricardo
Noblat, jornalista do Globo já foi petista e lulista. MUDOU! Escreve nesta
segunda, 02 de novembro, DIA DE FINADOS. Embalsama a figura do Lula herói, do
lula político e do Lula homem!
Diz Noblat:
Choca ver Lula
cobrar de Dilma e do ministro da Justiça que a Polícia Federal o deixe em paz e
aos seus filhos, suspeitos de envolvimento com negócios mal explicados?
Se choca é
porque você definitivamente não conhece Lula.
Quando
completou 18 anos e foi alistar-se para servir ao Exército, ele declarou ser
dois centímetros mais alto do que era. Por quê? Simples: porque nunca gostou de
ser baixinho.
Em um sábado
de 2005, ameaçado por Marcos Valério, o operador do mensalão, que prometia
contar o que escondia se não fosse socorrido, Lula falou em renunciar à
presidência da República.
Convocado para
apagar o incêndio, o então ministro José Dirceu, que passava o fim de semana em
São Paulo, lá se foi convencer Valério a permanecer calado. Conseguiu.
Diante de
pesquisas que mostravam a queda de sua popularidade, Lula ocupou uma cadeia de
televisão e de rádio para pedir desculpas ao país pelo mensalão.
Nervoso, leu
folha por folha do discurso olhando com frequência para o alto, sinal
convincente de que mentia, segundo estudiosos de linguagem corporal. Jurou
inocência. Disse que fora traído. Mas não apontou os traidores.
Às vésperas do
julgamento dos mensaleiros, voou à Brasília para pedir a ministros do Supremo
Tribunal Federal (STF) que os absolvessem.
A um deles,
Gilmar Mendes, antecipou como alguns dos seus colegas prometiam votar. E se
ofereceu para interceder por Gilmar que estava sendo alvo dentro do Congresso
de histórias inventadas para macular sua honra.
Gilmar sabia
com quem lidava. Em visita ao Palácio do Planalto, tão logo Lula começara a
governar, o ministro soube que um procurador da Fazenda, no Rio, criava
dificuldades para a construção de uma obra da Petrobras.
Gilmar ouviu o
conselho dado por Lula a José Sérgio Gabrielli, presidente da empresa:
“Grampeie esse cara”. Grampo é crime. Só não é se autorizado pela
Justiça.
Para escapar
do mensalão, Lula entregou a cabeça de José Dirceu, o coordenador de sua
campanha vitoriosa de 2002. Apesar do lobby que fez por eles, os mensaleiros
acabaram condenados.
Desde então,
Lula insiste em afirmar que o mensalão jamais existiu. Coisa de maluco? De
excêntrico? De esperto? Coisa de gente sem compromisso com o que disse, diz ou
dirá um dia.
Não cobrem
coerência de Lula. Tampouco que diga a verdade. A vida inteira ele só pensou em
se dar bem.
Carismático,
talentoso manipulador de palavras e de pessoas, sempre encontrou quem lhe
fizesse as vontades. E se esbarrava em alguém disposto a contrariá-lo, dava um
jeito e se livrava dele.
Sabe falar
grosso com quem pretenda intimidar. Ou miar se for o caso. Na campanha de 2002,
quando enfrentou José Serra, miou.
Correu a
informação de que o PSDB exibiria no seu programa de TV um vídeo onde Lula se
divertia numa boate em Manaus.
José Dirceu
telefonou ao presidente Fernando Henrique duas vezes, perguntando se era
verdade. Despachou de Brasília o ex-deputado Sigmaringa Seixas ao encontro de
Serra, em São Paulo. Era lenda.
Pelas costas
de Dilma, Lula tem falado mal dela. Culpa-a pelo cerco que sofre da Polícia. Na
frente de Dilma, mia. Suplica por ajuda.
Ele não vê
nada demais no enriquecimento de parentes enquanto governava o país. Nem vê
nada demais em ter-se tornado um milionário à custa de empresas que beneficiou
como presidente.
Lula não é
imoral, longe disso. É amoral – nem contrário nem conforme à moral.
http://noblat.oglobo.globo.com/meus-textos/noticia/2015/11/o-que-lula-e.html
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