Mara Gabrilli, em Plenário, assina ofício ao receber texto da
Lei Brasileira de Inclusão, antes do envio à sanção
04/01/2016 - 20h57
Entra em vigor a Lei Brasileira de Inclusão
Antes conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, nova
lei tramitou no Congresso por 15 anos e passou a valer 180 dias após a sanção,
garantindo direitos nas áreas de trabalho, saúde, educação e infraestrutura das
cidades
A Lei
Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI - Lei 13.146/15) entrou em vigor no último sábado (02/01).
A nova legislação garante mais direitos às pessoas com deficiência e prevê punições
para atos discriminatórios. Dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) apontam que 45,6 milhões de pessoas afirmaram
ter algum tipo de deficiência, o que representa 23,9% da população brasileira.
Entre
os direitos garantidos pela nova lei para atender a essa parcela da população,
estão a oferta de profissionais de apoio escolar em instituições privadas, sem
custo para as famílias, a acessibilidade para pessoas com deficiência em 10% da
frota de táxis e o auxílio-inclusão, benefício de renda complementar ao
trabalhador com deficiência que ingressar no mercado de trabalho.
A lei
também prevê punições como adetenção de dois a cinco anos para quem impedir ou dificultar o ingresso
da pessoa com deficiência em planos privados de saúde e a quem negar emprego,
recusar assistência médico-hospitalar ou outros direitos a alguém, em razão de
sua deficiência.
A deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), relatora da proposta na Câmara, salientou os benefícios da lei em vigor.
A deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), relatora da proposta na Câmara, salientou os benefícios da lei em vigor.
“É um ganho para o Brasil, tanto para o segmento
da pessoa com deficiência como para toda a população. Ao promover esse
protagonismo da pessoa com deficiência no Brasil, você acaba alavancando todos
os setores, já que a lei dispõe sobre trabalho, saúde, educação e sobre
infraestrutura das cidades.”
Contexto
A proposta, que era conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, começou a ser discutida na Câmara dos Deputados em 2000, com a apresentação do Projeto de Lei 3638/00, do então deputado Paulo Paim.
Contexto
A proposta, que era conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, começou a ser discutida na Câmara dos Deputados em 2000, com a apresentação do Projeto de Lei 3638/00, do então deputado Paulo Paim.
No entanto, esse projeto não
chegou a ser aprovado em comissão especial, uma vez que foi apensado a outra proposta (PL 7699/06), do Senado.
Após passar pela comissão especial, o PL 7699/06 foi encaminhado ao Plenário da Câmara, onde foi aprovado na forma do substitutivo da deputada Mara Gabrilli, que acatou sugestões de diferentes setores da sociedade civil por meio do portal e-Democracia.
Críticas aos vetos
A LBI foi sancionada em julho do ano passado com sete vetos.
Após passar pela comissão especial, o PL 7699/06 foi encaminhado ao Plenário da Câmara, onde foi aprovado na forma do substitutivo da deputada Mara Gabrilli, que acatou sugestões de diferentes setores da sociedade civil por meio do portal e-Democracia.
Críticas aos vetos
A LBI foi sancionada em julho do ano passado com sete vetos.
Entre as medidas,
foram vetadas pela presidente da República a reserva de 10% das vagas para
estudantes com deficiência, em seleções para ingresso em cursos técnicos de
nível médio e graduação, e a adoção do desenho universal no Minha Casa, Minha
Vida, o que dispensaria ajustes de acessibilidades nas residências.
Um dos pontos que geraram críticas é o veto ao dispositivo que obrigava empresas com menos de 100 funcionários a contratarem pelo menos uma pessoa com deficiência.
Um dos pontos que geraram críticas é o veto ao dispositivo que obrigava empresas com menos de 100 funcionários a contratarem pelo menos uma pessoa com deficiência.
Atualmente, a obrigação - deteminada pela Lei de Cotas (art. 93 da Lei 8.213/91)
- vale apenas para as empresas com 100 trabalhadores ou mais.
A deputada
Mara Gabrilli considerou esse veto uma grande perda e afirmou que alguns dos
vetos poderão ser apresentados na forma de novos projetos de lei.
“Ao vetar esse artigo, a presidente Dilma demonstra que não acredita na pessoa com deficiência.
“Ao vetar esse artigo, a presidente Dilma demonstra que não acredita na pessoa com deficiência.
Além disso, vetar esse artigo e alegar que traria despesa para
o País é até motivo de risada, porque não traz despesa a ninguém e foi aprovado
por toda equipe técnica dos ministérios”, criticou.
Avanço
Na opinião da coordenadora-geral do Movimento Down, Maria Antônia Goulart, apesar dos vetos, a nova lei representa um avanço.
Na opinião da coordenadora-geral do Movimento Down, Maria Antônia Goulart, apesar dos vetos, a nova lei representa um avanço.
“A gente
lamenta que, infelizmente, a lei não tenha sido aprovada na sua integralidade.
Mas de qualquer forma, sem dúvida nenhuma é de um avanço muito significativo no
sentido de ampliação de direitos para as pessoas com deficiência.
Diante da
aprovação de um texto tão importante, a gente tem que olhar para a frente e não
ficar sempre destacando e colocando mais luz sobre o que ficou de fora",
avaliou.
A Confederação
Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenen) entrou com uma ação no
Supremo Tribunal Federal (STF) contra uma medida prevista na Lei Brasileira de
Inclusão da Pessoa com Deficiência que garante a obrigatoriedade de
instituições de ensino públicas e privadas assegurarem educação aos estudantes
com algum tipo de deficiência.
A confederação defende que garantir educação de
qualidade a estudantes com deficiência é responsabilidade do Estado e não das
escolas particulares.
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/DIREITOS-HUMANOS/502371-ENTRA-EM-VIGOR-A-LEI-BRASILEIRA-DE-INCLUSAO.htmlutm_campaign=boletim&utm_source=agencia&utm_medium=email
ÍNTEGRA DA PROPOSTA:
Reportagem - Bianca Marinho
Edição - Adriana Resende
Edição - Adriana Resende
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