É O FIM DA DILMA ◘ APÓS 13 DE MARÇO, OPOSIÇÃO VÊ 'VIRADA' EM VOTOS PELO IMPEACHMENT.

A presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), nesta sexta-feira (11)

PR e PSD são apontados como os partidos da base aliada do governo cujos parlamentares estão mais propensos a acompanhar a oposição no voto pelo impedimento da petista

Parlamentares oposicionistas buscarão converter governistas a votarem pelo impeachment de Dilma    (Ueslei Marcelino/Reuters)

Um dia após a maior manifestação da história do país, deputados de oposição já contabilizam o efeito da pressão popular sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff. 

Na avaliação deles, o protesto de 13 de março vai pesar na decisão de parlamentares que oficialmente são aliados da petista, mas podem acabar influenciados pelas ruas para dar um voto favorável ao afastamento da presidente. 

A Câmara deve instalar a comissão que vai analisar o impeachment de Dilma ainda nesta semana.

"Muitos deputados que estavam indecisos vão migrar para votar a favor do impeachment da presidente Dilma. Não há dúvidas. 

Esse foi um movimento inédito na história da República e reflete diretamente em cima de quem estava ainda indeciso", afirma o líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA).

"O que vai motivar a vinda desses parlamentares da base do governo é a pressão popular. 

Vários deputados são candidatos a prefeito. Há alguém que acredite que eles terão alguma chance se votarem contra o impeachment? Quem votar a favor da Dilma está decretando a sua derrota ou a do seu candidato", disse o líder do DEM, Pauderney Avelino (AM), ao site de VEJA.

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Nos bastidores, começa-se a traçar um mapeamento de deputados aliados ao governo que estejam inclinados a acompanhar a oposição. 

Parlamentares do PR e do PSD são apontados como os mais favoráveis a se posicionar contra o Planalto, ainda que ocupem cargos privilegiados no primeiro escalão - o PR está à frente do Ministério dos Transportes, enquanto o PSD comanda o robusto Ministério das Cidades.

Os contatos com governistas já começaram. Nesta terça-feira, a oposição deve se reunir na Câmara para fazer um balanço sobre a adesão desses parlamentares e para definir as próximas estratégias depois da inédita mobilização popular alcançada no domingo.

A oposição ainda considera como maior gatilho para a aproximação de governistas o desembarque do PMDB da base do Planalto. 

Neste sábado, a legenda aprovou uma espécie de "aviso prévio" de trinta dias para peemedebistas deliberarem sobre o rompimento com Dilma. 

Caso isso seja confirmado, a expectativa é que demais aliados da petista sigam o mesmo caminho e abandonem a aliança com a presidente.


Parlamentares tucanos acreditam que um entendimento formal entre o presidente do PMDB, Michel Temer, e o do PSDB, Aécio Neves, também dará sustentação para que aliados da presidente tenham a garantia de governabilidade ao fim da gestão Dilma Rousseff. 

"É menos um processo de convencimento e mais de desembarque do PMDB. Esse jogo estará concentrado entre Temer e Aécio", resume um deputado tucano.

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