PR e PSD são apontados como os partidos da base aliada do governo cujos parlamentares estão mais propensos a acompanhar a oposição no voto pelo impedimento da petista
Parlamentares oposicionistas buscarão
converter governistas a votarem pelo impeachment de Dilma (Ueslei Marcelino/Reuters)
Um dia após a maior
manifestação da história do país, deputados de oposição já
contabilizam o efeito da pressão popular sobre o impeachment da presidente
Dilma Rousseff.
Na avaliação deles, o protesto de 13 de março vai pesar na
decisão de parlamentares que oficialmente são aliados da petista, mas podem
acabar influenciados pelas ruas para dar um voto favorável ao afastamento da
presidente.
A Câmara deve instalar a comissão que vai analisar o impeachment de
Dilma ainda nesta semana.
"Muitos deputados que estavam
indecisos vão migrar para votar a favor do impeachment da presidente Dilma. Não
há dúvidas.
Esse foi um movimento inédito na história da República e reflete
diretamente em cima de quem estava ainda indeciso", afirma o líder do PSDB
na Câmara, Antônio Imbassahy (BA).
"O que vai motivar a vinda
desses parlamentares da base do governo é a pressão popular.
Vários deputados
são candidatos a prefeito. Há alguém que acredite que eles terão alguma chance
se votarem contra o impeachment? Quem votar a favor da Dilma está decretando a
sua derrota ou a do seu candidato", disse o líder do DEM, Pauderney
Avelino (AM), ao site de VEJA.
LEIA
MAIS:
Nos bastidores, começa-se a traçar um mapeamento de deputados
aliados ao governo que estejam inclinados a acompanhar a oposição.
Parlamentares do PR e do PSD são apontados como os mais favoráveis a se
posicionar contra o Planalto, ainda que ocupem cargos privilegiados no primeiro
escalão - o PR está à frente do Ministério dos Transportes, enquanto o PSD
comanda o robusto Ministério das Cidades.
Os contatos com governistas já começaram. Nesta terça-feira, a
oposição deve se reunir na Câmara para fazer um balanço sobre a adesão desses
parlamentares e para definir as próximas estratégias depois da inédita
mobilização popular alcançada no domingo.
A oposição ainda considera como maior gatilho para a aproximação
de governistas o desembarque do PMDB da base do Planalto.
Neste sábado, a
legenda aprovou uma espécie de "aviso prévio" de trinta dias para
peemedebistas deliberarem sobre o rompimento com Dilma.
Caso isso seja
confirmado, a expectativa é que demais aliados da petista sigam o mesmo caminho
e abandonem a aliança com a presidente.
Parlamentares tucanos acreditam que um entendimento formal entre
o presidente do PMDB, Michel Temer, e o do PSDB, Aécio Neves, também dará
sustentação para que aliados da presidente tenham a garantia de governabilidade
ao fim da gestão Dilma Rousseff.
"É menos um processo de convencimento e
mais de desembarque do PMDB. Esse jogo estará concentrado entre Temer e Aécio",
resume um deputado tucano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário