Flávio Werneck levou um documento contendo informações contra o juiz Sérgio Moro e investigadores da operação para o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner
06/03/2016
Sabotagem: O juiz Sergio Moro é apontado como membro de uma conspiração
armada por adversários do PT (Lailson Santos/VEJA)
O presidente do
Sindicato dos Policias Federais no DF, Flávio Werneck, que levou um dossiê para
o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, contendo informações contra o juiz
Sérgio Moro e investigadores da Operação Lava Jato é ligado ao PDT, partido
aliado ao governo da presidente Dilma Rousseff.
Em 2014, Werneck disputou
mandato de deputado federal pela legenda, sem sucesso.
A Coordenação de
Assuntos Internos da Corregedoria da PF deverá instaurar investigação para
apurar sua conduta nesse episódio do dossiê, segundo o jornal O Estado
de S.Paulo.
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Werneck já ocupou
na gestão do governador Agnelo Queiroz (PT) o cargo de chefe da diretoria de
assuntos estratégicos da corregedoria de saúde.
O petista deixou o governo em
2014 em meio a vários escândalos de corrupção, inclusive na área da saúde.
Delegados da PF já
identificaram no seu quadro pessoas com a intenção de produzir dossiês contra
investigadores que atuam na Lava Jato, mas não tinham conhecimento do episódio
envolvendo Werneck que também é vice-presidente da Federação Nacional dos
Policiais Federais, que representa os agentes da PF.
A Associação Nacional dos
Delegados da Polícia Federal (ADPF) irá divulgar nota nesta segunda-feira,
dando apoio aos trabalhos dos delegados que atuam na Lava Jato e cobrando
explicações de Werneck.
"A entidade que ele dirige não representa os
delegados", diz a nota.
Werneck justificou
que apresentou o caso ao Planalto por se tratar de uma denúncia grave.
"Temos um problema de anacronismo na investigação que já tem dois anos e
vem pegando pontos-chave de empresas e do governo.
Isso afeta diretamente a
economia", disse ele a VEJA.
No dossiê, a acusação é de que Moro e os
outros envolvidos na Lava Jato estão a serviço de um grande plano do PSDB para
implodir o PT e o governo.
O ministro Jaques Wagner teria dito que encaminharia
o dossiê para um promotor baiano de sua confiança dar sequência ao assunto.
(Com Estadão
Conteúdo)
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