Houve um tempo
em que era praticamente impossível não acreditar em Deus. A vida tinha (e
possivelmente ainda tem) muitos mistérios, e a ação divina era a única
explicação plausível algum tempo atrás, de acordo com o articulista Hank
Campbel. Por exemplo, como o homem poderia explicar a subida e descida do nível
do mar? Ou então, por que a terra fica fértil? Por que as estrelas estão no céu?
De acordo com o autor do
artigo, dois eventos importantes que aconteceram no mundo supostamente deveriam
ter acabado com a religião: o mundo ficou menor – fazendo com que pessoas de
diferentes culturas entrassem em contato – e a Ciência surgiu – fornecendo
explicações para muitos dos questionamentos humanos.
Contudo – e ao contrário do que
Nietsche acreditava – a religião não morreu. Apesar da capacidade científica
para explicar profunda e amplamente leis naturais, as pessoas não abandonaram
suas religiões.
Para muitos pensadores a
religião não é nem ao menos uma forma de moral. Ela teria diferentes
significados entre grupos de pessoas. Por exemplo, há quem diga que ela fale
sobre amor e compaixão, mas também, há quem mate seus semelhantes em nome de um
deus.
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De
acordo com Campbel, certamente, cada religião tem seus problemas de público.
Por exemplo, os católicos precisam lidar com os casos de pedofilia envolvendo
seus padres, os mulçumanos como o fato de serem taxados de terroristas, os
evangélicos, com a questão do conservadorismo que marginaliza minorias, etc.
Até mesmo os ateus sofrem, neste caso pela falta de credibilidade.
Seja qual for o resultado dessa
disputa entre culturas religiosas, há um dado surpreendente sobre ela. Em 1933,
cerca de 40% dos cientistas eram religiosos, e até 2009 essa porcentagem
permaneceu praticamente a mesma, segundo Campbel. Logo, como isso seria
possível se a Ciência e religião, culturalmente, são consideradas inimigas?
Ao que tudo indica, a
religião ainda possui certos benefícios. Vemos isso quando há problemas sociais
em países subdesenvolvidos e grupos religiosos se mobilizam para amenizá-los.
Entre os dependentes químicos que podem buscar ajuda em comunidades religiosas
prestativas. Há ainda fiéis que trabalham recolhendo fundos, roupas e alimentos
para ajudar os mais necessitados a nível internacional.
Não podemos esquecer também dos
ateus engajados. Porém, o autor faz um certo adendo a isso: segundo ele, alguns
ateus estão mais propensos a se associarem a causas políticas, enquanto os
religiosos aos assuntos sociais.
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A
religião, então, continua a manter seu lugar na sociedade, algo que para os
cientistas é fascinante. Não é raro encontrarmos estudos que associam
religiosidade com longevidade e menor risco de desenvolvimento de doenças. O
fato é que a religião domina a sociedade há anos, e por isso, desapegar dela
levaria muito tempo.
Por fim, ele lembra que
antigamente, quando a religião estava em maior evidência, as doenças eram
“resolvidas” por curandeiros. Mas agora que temos o avanço científico ao nosso
lado, será que podemos considerar que, em um futuro não muito distante, os
problemas morais e espirituais também possam ser resolvidos pela Ciência?
[ Science 2.0 ] [ Foto: Reprodução / Pixabay / Pixabay / Pixabay ]
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