PF indicia primeira-dama de Minas e secretários estaduais na Acrônimo
Foram indiciados também dois executivos e um publicitário investigados
na operação que apura um esquema de lavagem de dinheiro em campanhas
eleitorais.
Polícia Federal (PF) indiciou Carolina Pimentel, mulher do governador
de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT); o secretário de Estado de Casa Civil e
de Relações Institucionais, Marco Antônio Rezende Teixeira, e o secretário de
Estado de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães. Foram indiciados também
dois executivos e um publicitário. Todos os indiciados são investigados na
Operação Acrônimo.
A informação foi
publicada nesta segunda-feira (24) pelo jornal “O Estado de São Paulo” e
confirmada pela TV Globo.
Carolina Pimentel foi
indiciada por corrupção, lavagem de dinheiro e crime eleitoral. Antonio Maciel,
ex-presidente da Caoa, e o presidente do grupo Aliança, Elon Gomes, foram
indiciados por falsidade ideológica e crime eleitoral. Não há acusação contra
as duas empresas.
O publicitário Vitor Nicolato também foi indiciado. As
acusações contra os secretários não foram divulgadas.
O advogado Thiago
Bouza, que integra a defesa da primeira-dama, disse que teve acesso ao
indiciamento e falou que vai se pronunciar somente nos autos, pois o processo
corre em segredo de Justiça. O defensor afirmou ainda que não conseguiu ter
acesso à integra das investigações.
A assessoria de
imprensa da Secretaria de Estado de Casa Civil e Relações Institucionais
informou que Marco Antônio Teixeira vai se manifestar somente após ter acesso
aos autos da investigação.
Já a assessoria da
Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão disse que Helvécio Magalhães tomou
conhecimento do fato pela imprensa, que nunca lhe foram pedidas informações
sobre o processo e que jamais participou de qualquer oitiva por parte da
Polícia Federal. O secretário somente irá comentar o assunto quando tiver
acesso aos autos do processo.
Por meio de nota, o
Grupo Aliança informou que não tem como comentar por não ser parte do caso. A
reportagem não conseguiu contato com a defesa de Antonio Maciel, ex-presidente
da Caoa, e do publicitário Vitor Nicolato.
A operação apura um esquema de lavagem de dinheiro em campanhas eleitorais e recebimento de vantagens indevidas por parte de agentes públicos.
O governador de Minas é suspeito de ter utilizado os serviços de uma gráfica durante a campanha eleitoral de 2014 sem a devida declaração dos valores, e de ter recebido "vantagens indevidas" do proprietário dessa gráfica, o empresário Benedito Oliveira, conhecido como Bené.
Pimentel já foi indiciado duas vezes pela Polícia Federal e denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
A Polícia Federal apurou se a primeira-dama, que é jornalista, manteve uma empresa de fachada no Distrito Federal, usada pela organização do empresário Benedito de Oliveira. Em depoimento à Polícia Federal, Carolina ficou calada.
Na ocasião, o advogado da primeira-dama, Pierpaolo Bottini, entregou documentos à Justica que, segundo ele, comprovam a inocência de Carolina. Pimentel nega as acusações envolvendo ele e a primeira-dama, que classificou como "equívoco".
A empresa de comunicação que pertencia à jornalista teria sido usada, segundo a Polícia Federal, pelo grupo de Benedito para movimentação financeira indevida.
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