Todo mundo sabe, ou no mínimo desconfia, que o nosso uso exagerado de plástico não-biodegradável em embalagens e produtos traz consequências perigosas o ambiente e para nós mesmos. Mas você sabia que provavelmente está ingerindo fibras de plástico na água e comida que consome, independente de onde você more? Esta é a conclusão da pesquisa realizada pela Escola de Saúde Pública da Universidade de Minnesota (EUA).
A equipe de pesquisadores analisou amostras de água de vários países do mundo, e constatou que as fibras de plástico estão saindo das torneiras de Nova York a Nova Delhi. Dos bebedouros do Capitólio dos EUA em Washington D.C., ao Lago Vitória (Uganda). O relatório afirma que todo mundo está consumindo microplástico em todo copo d’água.
O microplástico absorve substâncias químicas ligadas ao câncer e outras doenças, e essas substâncias são liberadas no corpo de quem bebe a água, seja um ser humano ou um peixe. Mais tarde, quem não é vegetariano consome a carne de peixes, bois e frangos, e acaba acumulando ainda mais material tóxico.
O mais preocupante é que não são apenas as sacolas plásticas, potes de cozinha e garrafas de bebidas que liberam o microplástico. Até as roupas sintéticas, sapatos, sofás, carpetes e cobertores contêm o material.
A notícia ruim é que não existe uma forma para filtrar o microplástico da água. “Temos dados suficientes sobre os impactos que isso causa na vida selvagem para ficarmos preocupados”, diz Sherri Mason, especialista em microplástico da Universidade Estadual de Nova York em Fredonia, que supervisionou as análises da pesquisa da Universidade de Minnesota. “Se está impactando a vida selvagem, como podemos pensar que não está nos impactando também?”, questiona ele.
Sinal de alerta
Anna Marie Mahon, do Instituto Galway-Mayo de Tecnologia (Irlanda), conduziu um estudo similar na Irlanda que também constatou que existe contaminação com microplástico na água da torneira e de poços.
“Se as fibras estão ali, é possível que também existam nanopartículas que não conseguimos medir. As nanopartículas podem penetrar nas células e órgãos, e isso seria preocupante”, afirmou ela ao The Guardian.
Estes estudos alertam para a necessidade urgente de desenvolvimento de outros materiais biodegradáveis para diminuir drasticamente a nossa dependência do plástico. [Ideapod]
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