Autoridades russas estão investigando uma “prisão de baleias” com mais de 100 animais capturados e mantidos em pequenos recintos, onde supostamente aguardam venda para parques temáticos chineses.
A instalação de contenção marítima fica próxima da cidade de Nakhodka, no sudeste da Rússia.
De acordo com o portal VL.ru, que obteve várias fotos do local, a instalação é monitorada por homens armados, enquanto os animais são mantidos em jaulas submarinas formadas por redes.
Sob o direito internacional, baleias podem ser capturadas para certos fins científicos, educacionais e culturais, mas a exportação comercial – neste caso, supostamente para venda a aquários chineses e parques de entretenimento – é estritamente proibida.
De acordo com o jornal britânico The Telegraph, uma orca pode valer US$ 6 milhões no mercado negro chinês, e há uma grande demanda pelo espécime. Enquanto a China já tem cerca de 60 parques marinhos, mais uma dúzia está em construção.
Captura recorde
Ao que tudo indica, 11 orcas e 90 belugas estão presas na estrutura marítima.
O jornal russo independente Novaya Gazeta informou que esse número representa uma captura recorde para as quatro empresas responsáveis: LLC Oceanarium DV, LLC Afalina, LLC Bely Kit e LLC Sochi Dolphinarium.
O relatório destaca que a atividade praticamente não regulamentada dessas quatro empresas controla o mercado de captura e exportação de animais marinhos, com algumas das baleias sendo mantidas em confinamento desde julho.
“Pegando-as nesse ritmo, corremos o risco de perder toda a nossa população de orcas”, disse o coordenador de pesquisa do Greenpeace na Rússia, Oganes Targulyan, ao The Telegraph. “A cota de captura agora é de 13 animais por ano, mas ninguém está levando em conta que pelo menos uma orca é morta para cada baleia capturada”.
Situação precária
Embora as alegações atuais façam parte de uma investigação em aberto, surgiram na esteira de um escândalo anterior sobre o tráfico de baleias envolvendo a exportação ilegal de 15 orcas da Rússia para a China entre 2013 e 2017.
Enquanto os promotores investigam, também há preocupações quanto ao modo como os animais estão sendo mantidos e transportados.
Vídeos no YouTube mostram baleias sendo movidas entre tanques, enquanto filmagens de drones fornecem uma ideia de quão apertadas são as condições cativas. [ScienceAlert]
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