Fotos da Nasa sugeram potencial outburst do cometa ISON

 
Possível outburst do cometa ISON
Uma série de imagens feitas pelo telescópio espacial Spitzer, da Nasa, mostra que o cometa C/2012 S1 ISON está perdendo muita massa, com grande potencial de entrar em outburst ou se romper muito antes da máxima aproximação solar prevista para novembro.
As imagens foram feitas no espectro infravermelho em 13 de junho de 2013 e possibilitaram estimar que a perda de massa de ISON é extremamente grande.

Segundo o pesquisador Carey Lisse, líder da campanha de observação do cometa ISON junto ao Laboratório de Física Aplicada da Johns Hopkins University, o objeto está perdendo diariamente cerca de 54 mil toneladas de poeira e outras 1000 toneladas de dióxido de carbono, deixando para trás uma esteira de partículas cometárias com mais de 300 mil km de comprimento.

Essa grande perda de massa em período tão curto pode significar que ISON esteja entrando em um processo conhecido como "outburst", um evento ainda não perfeitamente explicado e que faz com que um cometa repentinamente perca muito material, ocasião em que pode brilhar centenas de vezes até se exaurir. Isso aconteceu no ano de 2007, quando o cometa periódico17P/Holmes passou em poucos dias da magnitude 17 para 2.8, aumentado seu brilho em 600 vezes, se tornando visível até mesmo à vista desarmada.

Apesar de o processo outburst não estar caracterizado, não há dúvida que ISON está se tornando cada vez mais ativo e uma análise mais detalhada da esteira de poeira poderá revelar detalhes ainda desconhecidos. No entanto, essa análise poderá levar alguns dias, uma vez que os diversos materiais ejetados se comportam de modo particular em distâncias diferentes do Sol.

Se o cometa não entrar em outburst e seguir exatamente o que é previsto pela mecânica celeste, entre 27 e 28 Novembro deverá se aproximar e contornar o Sol a mais de 1 milhão de km/h. Neste dia sua magnitude estimada poderá chegar a -15 e se tornar mais brilhante que a Lua Cheia.
Trajetoria cometa ISON
Se isso acontecer, a trilha de poeira deixada para trás permanecerá vagando no espaço até encontrar a Terra pelo caminho nos dias 14 e 15 de janeiro de 2014, provocando uma nova chuva meteoros.

O problema é que os cometas são muito temperamentais e até o dia da aproximação máxima diversas coisas podem acontecer.

Fotos: No topo, imagens feitas em 13 de junho pelo telescópio infravermelho Spitzer mostram ISON a 500 milhões de km da Terra. À esquerda vemos uma grande cauda formada por partículas cometárias sopradas pela pressão do vento solar. 

À direita temos a atmosfera circundante do objeto, formada pela perda de 1000 toneladas diárias de dióxido de carbono. Acima, diagrama mostra como será a observação do cometa através do telescópio espacial SOHO nos dias próximos do periélio. Créditos: NASA/Spitzer, Apolo11.com.

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