Site quer combater filmes pornográficos com vídeos caseiros

Preliminares
Empresa criou uma rede social de compartilhamento de vídeos caseiros de sexo. (Foto: iStock)Por  | Preliminares
Na pornografia, a camisinha aparece do além, todo mundo tem um corpo bacana, pelos não existem, ninguém fica suado e nada de errado acontece. É o sexo com roteiro. Uma mão aqui, outra ali - um pouquinho de mais para a direita, para não esconder o rosto da garota – e orgasmos brotam como água de um chafariz.

Na vida real, vocês se enroscam na hora de abrir o botão da camisa, não encontram camisinha, esbarram na cadeira que estava no meio do caminho porque ninguém teve paciência de arrumar a casa e a calcinha que você está usando é horrível, mas extremamente confortável. A mão dele apoia na cama sobre seu cabelo e você tem que mudar de posição para não sentir que vai ficar careca a cada momento.
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Na pornografia eles fazem pornografia. Na vida real você faz sexo. A diferença é que sexo requer intimidade – não precisa ser amor ou anos de intimidade, mas as duas pessoas precisam estar 100% naquele momento, dividindo a experiência – e a pornografia requer habilidades.
Conversar sobre sexo em casa, entre a família, ainda é algo raro, então as referências sobre o assunto que adolescentes e mesmo adultos têm são conseguidas em conversas com amigos, na internet e, claro, nos filmes pornôs.
O que esse tipo de referência traz nem sempre é positivo. O sexo é superficial,como se você precisasse apenas apertas alguns botões para que a coisa funcionasse do jeito que viu na tela; mas a realidade não é assim. Para que o sexo seja bom é preciso tentar, e aí tentar de outra maneira e depois tentar de novo, de um jeito que você nem tinha pensado. Sexo é erro e acerto, pornografia é manual de instruções.
Adivinha se tudo isso tem um impacto extremamente ruim na vida sexual de grande parte do mundo? Claro que tem! O sexo se torna mecânico, deixa de ser sexo e se torna uma obrigação. Todo mundo precisa gostar e fazer – apenas isso, sentir prazer é algo que os filmes pornográficos não falam sobre.
Para mudar essa realidade, a britânica Cindy Gallop criou uma rede social de compartilhamento de vídeos caseiros de sexo. Não é só ir lá e imitar um filme pornô, tem que ser sexo, com alma, intimidade, prazer, realidade – e camisinha. Para ter seu vídeo aceito ele precisa estar dentro de alguns parâmetros de qualidade, de realidade e de emoção.
Make Love Not Porn não tem a intenção de ir contra o mundo pornográfico, mas sim de ajudar as pessoas a notarem a diferença que existe entre uma coisa e outra, mostrar que o corpo não é perfeito, que todo mundo têm pelos, que ficamos suados quando exercitamos nossos corpos e que é lindo sentir prazer, dividir aquilo com outra pessoa – mesmo que seja por apenas um momento – e dar prazer para o outro. Enxergar o outro torna o sexo muito mais interessante.
Para assistir aos vídeos você precisa pagar, mas esse dinheiro vai, em grande parte, para as pessoas reais envolvidas naquilo. Assim como a indústria pornográfica movimenta milhões por ano, a ideia é que esse projeto de “sexo real” consigo ganhar o mercado e fazer dinheiro, além de educar.
Para saber mais sobre as ideias de Cindy Gallop, a criadora dessa brincadeira, você pode assistir ao TEDx, em inglês, em que ela dividiu sua experiência. Como sempre se vê no TEDx, é um papo inspirador e que pode mudar sua visão de mundo.
Como diz a idealizadora do site, em uma de suas entrevistas, o filme pornô faz com que você tenha vontade de gozar e o filme real faz com que você tenha vontade de dividir aquele momento com alguém. Faça sua escolha!
Você tem alguma dúvida sobre sexo? Manda para mim no preliminarescomcarol@yahoo.com.br e siga-me no Twitter (@carolpatrocinio).

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