A chanceler venezuelana Delcy Rodríguez alertou a Organização dos Estados Americanos (OEA), nesta quinta-feira (18), sobre o temor de seu governo em relação a uma intervenção militar dos Estados Unidos, após as sanções impostas por Washington.
"A aplicação de leis desta natureza precedem intervenções militares", declarou durante sessão extraordinária do Conselho Permanente da OEA, em Washington.
"Por isso, viemos até este fórum para alertar não apenas para a sanção extrema, como uma intervenção militar, mas também para agressões de outro tipo, como bloqueio financeiro, comercial e econômico".
Rodríguez convocou esta reunião para discutir o decreto da Casa Branca que classifica a Venezuela como uma ameaça à segurança nacional americana e sanciona sete funcionários venezuelanos por supostas violações dos direitos humanos.
"Alertamos que se pretende por as mãos sobre nossos recursos naturais estratégicos e sobre a PDVSA, nossa principal empresa petrolífera".
Já o representante americano na OEA, Michael Fitzpatrick, assinalou que o decreto assinado por Obama, com o intuito de levar adiante sanções contra sete funcionários venezuelanos acusados de violações aos direitos humanos, foi "mal interpretado" e rejeitou que Washington planeje um ataque contra a Venezuela.
- Governos das Américas apoiam reação da Venezuela -
"Não estamos preparando uma intervenção militar.
Não buscamos desestabilizar o governo de Nicolás Maduro ou prejudicar a economia venezuelana", enfatizou.
"Só queremos evitar que venezuelanos que consideramos que cometeram violações dos direitos humanos de outros venezuelanos viajem aos Estados Unidos ou coloquem seu dinheiro em nosso sistema financeiro".
O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, lamentou que existam tensões entre dois países membros da organização, a poucas semanas da Cúpula das Américas, marcada para os dias 10 e 11 de abril, no Panamá.
Diante das ameaças feitas pelo presidente dos EUA, Barack Obama, o governo da Venezuela recebeu o respaldo dentro do fórum interamericano.
O embaixador da Nicarágua na OEA, Denis Moncada, qualificou o decreto de Obama como "completamente inaceitável" e uma "atitude imperialista inadmissível".
- Situação interna na Venezuela também entra na pauta da OEA -
Já o chanceler argentino, Héctor Timerman, solicitou a revogação do decreto contra os sete venezuelanos e mandou um recado ama.
"O governo dos Estados Unidos deve avisar à OEA, se sentir que é ameaçado por outro país-membro".
Os debates na entidade também incluíram menções à situação interna na Venezuela.
"Não podemos, e falo em nome do meu país, deixar de advertir que a difícil situação pela qual passa o povo venezuelano é anterior à decisão interna do governo dos EUA", lembrou Manuel González, chanceler da Costa Rica.
Apesar da inclusão da Venezuela na lista de países que oferecem ameaça aos Estados Unidos, o governo Obama continua a ser o principal importador do petróleo venezuelano.
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