O líder do Democratas no Senado, Ronaldo Caiado (GO), afirmou há pouco que o resultado do corte orçamentário reflete a irresponsabilidade do governo na condução do País. Caiado criticou o forte contingenciamento em áreas sociais, como saúde e educação ao mesmo tempo em que o governo promoverá uma Olimpíada, em 2016, com gastos de R$ 36 bilhões, mais da metade do valor do corte de R$ 69,9 bilhões, anunciado nesta tarde pelo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa. Ele lembra que os gastos com a Copa do Mundo e as Olimpíadas do Rio de Janeiro somam R$ 65 bilhões, praticamente o mesmo do contingenciamento, o maior já feito na história do Brasil.
"Esse corte orçamentário mostra a irresponsabilidade e inconsequência desse governo que prefere fazer uma festa como a Olimpíada quando não tem condições de arcar com compromisso prioritários, como saúde e educação. O governo prefere ver pessoas morrendo e sem acesso à educação a bancar um evento esportivo. Seria muito mais honroso cancelar esse evento do que promover o analfabetismo e milhares de mortes nos corredores dos hospitais do País. Tenho a certeza de que as delegações internacionais iriam entender o momento de crise que estamos vivendo", avaliou o senador.
"Os gastos desenfreados do governo teriam que ser pagos cedo ou tarde. Em vez de cortar gastos supérfluos em áreas da administração, quem sempre paga a irresponsabilidade do governo é o povo. Dilma enganou brasileiros na campanha ao tentar esconder o cenário caótico na economia, resultado dos governos do PT," acrescentou Caiado.
O governo anunciou hoje que vai cortar R$ 11,8 bilhões do orçamento da Saúde, o que representa 16,8% do total originalmente previsto para investimento no setor. Já na educação, prioridade eleita pela presidente para seu segundo mandato, o contingenciamento será de R$ 9,4 bilhões, 13,44% do orçamento. Os cortes nas duas áreas sociais só perdem para o Ministério das Cidades que terá redução de R$ 17,2 bilhões. O Programa de Aceleração do Crescimento terá corte de 39,5% do total previsto, o equivalente a R$ 25,7 bilhões.
Desemprego
Ronaldo Caiado também comentou o recorde negativo de 97.828 vagas de emprego fechadas no mês de abril, o pior índice desde 1992, ainda no Governo Collor.
"Ainda no comparativo com os eventos supérfluos que estaremos realizando enquanto tiramos jovens da universidade e acabamos com pensões de viúvas, o número de desempregados que criamos somente neste mês é o suficiente para encher um Maracanã e um Maracanãzinho. Já somos medalha de ouro em questão de incoerência", concluiu.
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