DINHEIRO
SUJO - O empreiteiro apresentou extratos de movimentação de uma conta criada na
Suíça para pagar propina. De lá, segundo ele, saíram 2,4 milhões de reais para
a campanha de Lula(Cristiano Mariz/VEJA) 04/07/2015
O
documento abaixo reproduz a movimentação de uma conta secreta na Suíça aberta
pelos empreiteiros para pagar propina.
Segundo Ricardo Pessoa, foi dela que
saíram 2,4 milhões de reais que reforçaram o caixa da campanha do ex-presidente
Lula em 2006 - dinheiro desviado dos cofres da Petrobras que chegou ao Brasil
em uma operação financeira totalmente clandestina e ilegal.
O delator contou
que a UTC, a Iesa, a Queiroz Galvão e a Camargo Corrêa formavam o consórcio que
venceu a licitação para construir três plataformas de petróleo.
Como era regra
na estatal, um porcentual do contrato era obrigatoriamente reservado para
subornos.
A conta foi criada para o "pagamento de comissionamentos devidos
a agentes públicos em razão das obras da Petrobras, ou seja, o pagamento de
propinas", disse Pessoa.
Ela também ajuda a dificultar o rastreamento de
corruptos e corruptores. Foi dessa fonte clandestina que saiu o dinheiro que
ajudou Lula a se reeleger.
Para comprovar a existência da
conta secreta, o empreiteiro apresentou ao Ministério Público extratos com as
movimentações.
Batizada de "Controle RJ 53 - US$", a planilha
registra operações envolvendo 5 milhões de dólares em pagamentos de propina.
Além de financiar o caixa dois de Lula, a conta suíça foi utilizada para pagar
os operadores do PT na Petrobras.
Entre as movimentações listadas pelo
empreiteiro estão pagamentos ao ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro
Barusco, um dos responsáveis pela coleta das propinas destinadas ao PT.
Os
repasses à campanha de Lula foram acertados entre Ricardo Pessoa e o então
tesoureiro petista, José de Filippi. Era o próprio empreiteiro que levava os
pacotes de dinheiro ao comitê da campanha em São Paulo.
A entrega, como VEJA
revelou em sua edição passada, era cercada de medidas de segurança típicas de
organizações criminosas.
Ao chegar à porta do comitê, o empreiteiro dizia a
senha "tulipa". Se ele ouvia como resposta a palavra
"caneco", seguia direto para a tesouraria.
Se confirmados pela
Justiça, os pagamentos via caixa dois são a primeira prova de que o ex-presidente
Lula também foi beneficiado diretamente pelo petrolão.
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