◘ GOVERNO ELEVARÁ O CRÉDITO POR MEIO DE BANCOS PÚBLICOS, AFIRMA BARBOSA.



Na busca para recuperar o crescimento, o ministro Nelson Barbosa (Fazenda), 46, disse esperar anunciar até fevereiro medidas que incluem o uso de bancos públicos e do FGTS em linhas de crédito para construção civil e pequenas e médias empresas.
Ressalvando que não haverá subsidios nesses financiamentos, diferentemente do que ocorreu no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, afirmou que o governo vai usar recursos disponiveis no Banco do Brasil, no BNDES, na Caixa e no FGTS para “expandir crédito em atividades prioritárias, como habitação, saneamento e capital de giro de pequena e media empresa”.

Barbosa, questionado pelo mercado por sua posição mais favorável a um ajuste fiscal mais gradual, disse que fará o que “for preciso” para cumprir a meta de superavit primário de 0,5% do PIB.
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Folha – A presidente encomendou um pacote de medidas para ser apresentado logo no incio deste ano?

Nelson Barbosa – A presidente encomendou diretrizes e estratégias de politica econômica para este e os próximos anos. 
Envolve uma definição de prioridades, das medidas já enviadas ao Congresso e de novas medidas. 
No um pacote, um programa de governo.

O que está para ser lançado?
Está em andamento o programa de concessões. 
Colocamos quatro aeroportos para concesso. 
Recebemos estudos sobre tres ferrovias e estamos também concluindo negociações para novos investimentos em concessões existentes, como na Via Dutra. 
Há uma agenda de melhoria do ambiente de negócio e medidas para simplificar e desburocratizar a vida das empresas e das familias.

No curto prazo, para estabilizar a economia, o que será feito de imediato?
Trabalhar para melhorar o foco e a eficiência dos programas de crédito direcionado.

Fizemos uma ampla revisão nos subsidios do governo. 
Feita a revisão, continua havendo crédito direcionado, com taxas abaixo de mercado, mais custo fiscal menor.
E há uma liquidez nos agentes financeiros públicos e no FGTS que pode ser utilizada para expandir o credito em atividades prioritarias, como infraestrutura, habitação, saneamento e capital de giro de pequena e média empresa. o que vamos fazer.

Isso com BB, Caixa…
Nos bancos públicos e no FGTS há liquidez. Hoje o problema não é de oferta, mais de demanda. 

Mas podemos melhorar o foco das nossas politicas de credito direcionado para atender as demandas principais da economia, de setores que querem investir e não tem recursos.

São medidas para construção civil e pequena empresa?
É isso que estamos avaliando, medidas para melhorar o foco do crédito direcionado e expandi-lo, sem custo adicional para a União. 

Com os recursos existentes, sem necessidade de subsidio do Tesouro. Esses creditos já tem um custo de captação menor. São medidas compativeis com o equilibrio fiscal, de um lado, e com a melhora da economia, de outro.

Quando elas estarão prontas?
Esperamos ter algumas propostas definidas até o incio de fevereiro.

Além dessas medidas de crédito, o que mais ser feito?
Primeiro temos de aumentar a previsibilidade, sobretudo a fiscal. Hoje o maior desafio do Brasil o fiscal, e ele só depende de nós mesmos. Em paralelo temos de estimular a recuperação do investimento privado, porque h muita oportunidade no Brasil.
Será possivel cumprir a meta fiscal deste ano?
Sim. Vamos chegar meta neste final de ano.
O próprio governo chegou a propor um abatimento da meta que praticamente a zerava. 

Voces mudaram de avaliação?

possivel [atingir a meta] e isso envolve várias medidas.
Vai haver corte de despesas?
Inclui contingenciamento, que sair até meados de fevereiro. 

Envolve sobretudo medidas legislativas. As principais são a CPMF e a DRU. Faremos o que for preciso para atingir a meta.

O sr. foi questionado ao ser nomeado ministro pela disputa com o ex-ministro Joaquim Levy sobre a intensidade do ajuste fiscal. 

Enquanto ele defendia algo mais forte, o sr. defendia algo mais suave. Como pretende mudar essa viso?
Somos todos a favor de um ajuste do tamanho necessario para equilibrar as contas publicas e estabilizar o nivel de atividade economica.

O que houve ao longo do ano do passado foi que as previsões sobre crescimento e arrecadação acabaram no acontecendo. Isso levou a uma necessidade de o governo fazer ajustes.

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