Moeda americana, que chegou a cair 3,87% ao longo do dia,
fechou a sexta cotada a R$ 3,76
Ao longo da sessão, moeda americana chegou a ser
negociada por 3,65 reais, mas ação do BC reduziu as baixas(Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
O
dólar fechou em queda nesta sexta-feira, marcando a maior baixa semanal em mais
de sete anos, com a nova fase da Operação Lava Jato atingindo o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e alimentando no
mercado a percepção de que teria crescido a possibilidade de afastamento da
presidente Dilma Rousseff. Mas, com a atuação do Banco Central, a moeda
americana terminou o dia bem longe das mínimas.
O
dólar recuou 1,09% nesta sexta-feira, a 3,76 reais. Durante o dia, a moeda
americana caiu 3,87% e chegou a 3,65 reais na mínima da sessão, seu menor
patamar pré-fechamento desde 1º de setembro de 2015. Na semana, o dólar
acumulou queda de 5,93%, o maior recuo semanal desde outubro de 2008.
"(Dilma)
já está muito fragilizada e com isso a oposição ganha mais força", disse o
operador da corretora Spinelli José Carlos Amado. "Se as manifestações do
dia 13 forem grandes, a situação fica muito ruim para ela", acrescentou,
referindo-se a protestos planejados a favor do impeachment da presidente.
O
ex-presidente Lula foi levado para depor nesta sexta-feira em nova etapa da
operação Lava Jato sob suspeita de ser beneficiário de crimes envolvendo a
Petrobras, aproximando ainda mais a investigação do atual governo.
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Notícias
que aumentam a pressão sobre Dilma, alvo de processo de impeachment, vêm sendo
bem recebidas pelo mercado, que entende que uma eventual troca no governo pode
trazer de volta a confiança e abrir espaço para mudanças na política econômica.
Além disso, a investigação contra Lula poderia atrapalhar os planos do
ex-presidente de concorrer à eleição em 2018.
Ainda
assim, alguns analistas ponderam que as turbulências políticas podem dificultar
ainda mais a governabilidade no presente. Além disso, não é certo que a saída
da presidente abriria espaço para um governo mais apto a promover as dolorosas
reformas que muitos acreditam ser a chave para a recuperação.
"O
mercado está apostando em retomada da confiança que pode não se concretizar. Há
uma certa euforia e acho que algumas pessoas estão indo no embalo, mas tem
muita água para rolar ainda", disse o operador de um banco internacional,
sob condição de anonimato.
O
dólar reduziu as perdas no final da manhã após o BC vender apenas parcialmente
a oferta de swaps cambiais, contratos equivalentes a venda futura de dólares,
em leilão para rolagem. "Parece que o BC quer segurar um pouco a queda do
dólar, está muito intensa", disse o gerente de câmbio da corretora BGC,
Francisco Carvalho.
(Com
Reuters)
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