Emilio: "Todos deveriam fazer uma lavagem de roupa em suas casas"
Por favor, leia e veja este trecho da delação de Emilio Odebrecht (no vídeo, a partir do minuto 14), em que ele se refere ao modo de fazer política no Brasil e a relação entre as empresas de engenharia e o Estado:
"O que nós temos no Brasil não é um negócio de cinco anos, dez anos atrás. Nós estamos falando de 30 anos atrás.
Tudo o que está acontecendo agora era um negócio institucionalizado, era uma coisa normal.
Em função de todos esses números de partidos... Eles brigavam era pelo quê? Por cargos? Não, todo mundo sabia que não.
Era por orçamentos gordos. Os partidos, então, colocavam seus mandatários com a finalidade de arrecadar recursos para o partido, para os políticos. E isso é há 30 anos.
O que me surpreende é quando eu vejo todos esses poderes, a imprensa, tudo... como se isso fosse uma surpresa.
Olhe, me incomoda isso.
Não exime em nada a nossa responsabilidade, a nossa benevolência... Nós praticamente passamos a olhar isso com normalidade. Porque, em 30 anos, é difícil as coisas não passarem a ser normais..."
O patriarca da Odebrecht disse que no Brasil "não existe concorrência real e efetiva, não existe concorrência baseada em produtividade".
"A gente não fazia muita engenharia, não.
Nos Estados Unidos, você faz engenharia. Aqui não. Aqui nós iniciamos uma obra com o projeto, mas sem dinheiro", acrescentou Emilio.
O representante da PGR chegou a interromper o delator para dizer que "sempre há um momento para começar".
Emilio, então, elogiou "os procuradores jovens", mas afirmou não perdoar "a omissão dos mais velhos".
"Todos deveriam fazer uma lavagem de roupa em suas casas."
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