Tratamento com HIV cura leucemia de criança

 Célula
Jovem de apenas 7 anos faz parte de um grupo que testa um tratamento experimental contra o câncer
10 de Dezembro de 2012
Parece uma ideia tirada das mais crueis piadas de humor negro, mas é real. Emma Whitehead, uma garota americana de apenas 7 anos conseguiu se curar de sua leucemia com um tratamento que utiliza o HIV, o vírus da Aids. 

Trata-se de um novo tratamento, testado em pouquíssimas pessoas até o momento. Os médicos utilizam uma forma desabilitada do vírus para reprogramar geneticamente as células T, responsáveis pela imunidade do organismo, para destruir células cancerígenas.

O New York Times explica o motivo pelo qual os cientistas decidiram usar o vírus HIV para o tratamento. O jornal cita que ele é muito eficiente em implantar material genético nas células T e, como foi alterado, não transmite a Aids. 

"Nossa meta é alcançar a cura, mas não podemos utilizar esta palavra", conta o pesquisador Carl June, que lidera o grupo de pesquisas da Universidade da Pensilvania, que desenvolveu o tratamento. Eles sonham com o dia em que este recurso possa substituir o transplante de medula óssea e também outros tratamentos mais caros e arriscados para combater a leucemia.

Os resultados ainda são bastante confusos e diversos. Segundo o periódico, três adultos também entraram em completa remissão, sem sinais da doença; dois deles há mais de dois anos. Quatro entraram em remissão parcial e uma criança entrou em remissão, mas teve uma recaída.  Em dois adultos, o tratamento não funcionou.

As células são retiradas do corpo do paciente, expostas ao HIV alterado, reprogramas e reinseridas no paciente. As novas células alteradas, então, atacam diretamente as células B, que são parte integrante do sistema imunológico, mas que se tornam malignas em casos de leucemia.

O jornal diz que o processo quase matou a jovem Emma, mas após um período de sete meses, ela entrou em remissão completa da leucemia.

Inclusive, este é um dos problemas apontados para este tratamento. As células reprogramadas não atacam apenas as células B malignas, mas todas as células B do paciente. Com isso, o sistema imunológico fica enfraquecido, obrigando o paciente a se tratar para evitar infecções. 

 Também ainda não está claro para os pesquisadores se os pacientes precisarão utilizar o tratamento para sempre.

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