Em seis eleições presidenciais, houve duas viradas.


Em seis eleições presidenciais, houve duas viradas. Há números, na deste ano, que são muito perigosos para Dilma. ConfiramARTE NOVA ELEICOES(retratos)-1


CLIQUE NA ILUSTRAÇÃO PARA VER MELHOR: se o padrão das últimas seis eleições se mantiver, Dilma ainda leva vantagem. No entanto, é importante considerar as reviravoltas (Arte: revista VEJA)
O histórico das disputas presidenciais reforça o favoritismo de Dilma, mas outro importante indicador aponta na direção contrária: a queda na aprovação de seu governo a situam perigosamente próxima do limiar a partir do qual a reeleição se torna muito difícil
Reportagem de Pieter Zalis publicada em edição impressa de VEJA
O Brasil teve seis eleições presidenciais desde a redemocratização.
Em quatro delas, o candidato que liderava as pesquisas em abril chegou em primeiro lugar seis meses depois.
As exceções foram Lula em 1994, que perdeu para Fernando Henrique Cardoso graças ao sucesso do Plano Real, e Dilma Rousseff em 2010, que se aproveitou da popularidade recorde de seu antecessor para virar o jogo sobre José Serra.
Como não há no horizonte planos fabulosos nem (ao menos no caso dos adversários da presidente) padrinhos imbatíveis, o histórico das disputas sugere que Dilma, liderando na mais recente pesquisa do Datafolha, tem boas chances de ser reeleita em outubro.
Além da intenção de voto, porém, há outro número a levar em conta. E esse faz o vetor da presidente girar no sentido contrário: a aprovação de seu governo.
Em cinco meses, ela caiu 9 pontos e chegou a 34%, segundo o Ibope – muito distante dos 63% de que gozava em março de 2013, antes dos protestos de junho. O Datafolha mostra apoio um pouco maior: 36%. Mas as duas pesquisas levam à mesma conclusão: Dilma está perigosamente próxima do limiar a partir do qual a reeleição se torna muito difícil.
Um estudo do Instituto Análise, conduzido pelo cientista político Alberto Carlos Almeida, comparou as avaliações dos políticos com os resultados de 104 eleições para governador no Brasil, de 1994 a 2010. Quando o índice de eleitores que consideram a administração ótima ou boa fica abaixo de 34%, a probabilidade de reeleição é nula.
No outro oposto, aqueles que tinham uma aprovação acima de 46% foram todos reeleitos. Eleições não são uma ciência exata, mas há que lembrar, por exemplo, que, em 2012, o matemático Nate Silver acertou os resultados da disputa entre Barack Obama e Mitt Romney em todos os cinquenta Estados americanos a partir de análises de pesquisas e estatísticas.
Pode-se argumentar, a favor da candidata Dilma, que FHC e Lula, quando reeleitos, tinham índices de aprovação semelhantes aos dela a seis meses da votação. O que diferencia os cenários, no entanto, são as perspectivas futuras.
O tucano tinha a estabilidade econômica como trunfo. O petista havia passado pelo pior do mensalão e começava a recuperar a popularidade. Para Dilma, o horizonte é nebuloso. Diz o cientista político Rubens Figueiredo: “Ainda não há um eixo no qual os eleitores possam se alinhar. Tudo está em aberto”.
Dias recentes ofereceram uma boa mostra do que ainda pode vir. No campo da imagem do país no exterior, assunto que afeta diretamente a candidata do PT, registraram-se: novos protestos contra a Copa do Mundo, greve policial na Bahia com sessenta mortes em dois dias e cenas de vandalismo em Copacabana depois da morte de um dançarino que teria sido assassinado por policiais.
No campo político, as notícias tampouco foram boas para o governo: o Supremo Tribunal Federal deu aval para uma CPI sobre a Petrobras, o que deve aprofundar a crise de corrupção na estatal. Por fim, na economia, pesquisas mostraram que ao menos 65% dos eleitores acreditam que a inflação vai aumentar e 72% pensam que o país precisa mudar.
O potencial de crescimento dos principais adversários de Dilma é outra ameaça para ela. Só 60% dos eleitores ouviram falar do candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves. No caso de Eduardo Campos, do PSB, foram 75%. [Ou seja, ambos têm bom terreno para progredir, à medida em que eles, suas críticas e suas propostas se tornaremconhecidos.]
Restam seis meses para as eleições e a presidente ainda desponta como favorita. Mas está longe de poder dormir sossegada.

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