► MADEIRA ILEGAL DA AMAZÔNIA PARA OS EUA

Greenpeace
Bloqueio da sede da Lumber Liquidators, uma das maiores varejistas de madeira dos EUA.
Depois de ocupar uma madeireira na Amazônia na última semana, para denunciar a ilegalidade e descontrole no setor, fui para Virgínia, nos Estados Unidos, um dos maiores países importadores de madeira amazônica brasileira. Hoje de manhã, estive com outros ativistas num bloqueio da sede da Lumber Liquidators, uma das maiores varejistas de madeira dos EUA. É para lá que está indo parte da madeira produzida ilegalmente aqui no nosso país.

A ação aconteceu no dia da reunião dos sócios da companhia, com todos os seus investidores e funcionários presentes. Nossos ativistas bloquearam as entradas da Lumber Liquidators e estenderam faixas para denunciar que a empresa não tem como garantir que a madeira que está comprando não venha da destruição da Amazônia. Ela pode estar financiando a devastação da floresta "lavada" com documentos oficiais e vendida como opção sustentável.

O Greenpeace quer saber que atitude a empresa vai tomar: se vai ficar do lado da floresta ou optar pela destruição. Enquanto isso, continuamos espalhando a campanha por outros países que estão comercializando madeira da Amazônia brasileira sem garantir sua legalidade. Essa semana, o assunto ganhou as ruas de países como a Itália, Israel e a França, onde ontem ativistas embargaram simbolicamente um carregamento de madeira da Amazônia com indícios de ilegalidade.

Você pode nos ajudar a dar um ponto final nesses crimes ambientais. Mande uma mensagem à presidenta Dilma e aos candidatos à Presidência da República para que se posicionem sobre o tema e apresentem compromissos e soluções para o problema.

Com a sua ajuda podemos continuar denunciando as ilegalidades e o descontrole do setor madeireiro na Amazônia. Junte-se a nós.

Junte-se a nós

Protesto nos EUA contra madeira ilegal da Amazônia

Notícia - 23 - mai - 2014
Ativistas do Greenpeace bloqueiam sede de empresa americana que tem ligações com exploração florestal irregular na Amazônia brasileira
Ativistas bloqueiam entrada da Lumber Liquidators

Ativistas do Greenpeace bloquearam no estado de Virgínia, Estados Unidos, a entrada da empresa Lumber Liquidators, uma das maiores varejistas de produtos de madeira dos Estados Unidos
A atividade aconteceu na manhã de hoje, durante reunião de sócios e investidores da companhia, para protestar contra as ligações da Lumber com a extração ilegal de madeira na Amazônia brasileira e a falta de uma política eficaz de controle sobre sua cadeia de custódia.
A atividade ocorre após o lançamento de uma investigação de dois anos do Greenpeace que revelou o descontrole e os altos índices de ilegalidade que imperam no setor madeireiro na Amazônia. O levantamento mostrou que a Lumber Liquidators tem feito negócios com exportadores de madeira brasileiras cujas cadeias produtivas estão contaminadas com ilegalidades na exploração da floresta.
“A Amazônia está enfrentando uma crise silenciosa, resultante da exploração madeireira ilegal e do descontrole do setor. Sem garantias reais de origem, a grande demanda por espécies raras e valiosas de madeira brasileira por parte de empresas como a Lumber Liquidators está alimentando ainda mais esta grave situação”, disse Daniel Brindis, da Campanha de Florestas do Greenpeace.
“Os acionistas da empresa precisam saber que sua política florestal não tem critérios que realmente impeçam a madeira ilegal vinda do Brasil de entrar em sua cadeia de suprimentos. Eles estão fazendo negócios com empresas brasileiras que têm milhões de dólares em multas por crimes ambientais, em uma região onde grande parte da exploração madeireira é feita sem autorização e, portanto, de forma ilegal”.
Na última semana, ativistas do Greenpeace ocuparam a madeireira Pampa Exportações Ltda, próximo à cidade de Belém, no Pará, com o objetivo de chamar atenção para o descontrole no setor. Em poucos dias, mais de 22 mil brasileiros enviaram emails aos principais pré-candidatos à presidência, exigindo que se posicionem sobre o problema e apresentem soluções. Nos EUA, mais de 40 mil pessoas já pediram o mesmo à Lumber Liquidators.
Os protestos também se espalharam por outros países que estão comercializando madeira brasileira sem garantias de sua legalidade, como Itália, Espanha, Inglaterra e Israel. Como resposta, o ministro italiano de Agricultura e Florestas, Maurizio Martina, anunciou a aprovação de decreto que regulamenta a aplicação da legislação europeia de combate à madeira ilegal. Ontem, na França, ativistas embargaram simbolicamente um carregamento de madeira vindo da Amazônia brasileira, com indícios de ilegalidade.
“A situação da madeira brasileira está completamente fora de controle. Os sistemas que deveriam controlar a extração de madeira na Amazônia estão na verdade servindo pra legalizar boa parte da extração predatória e ilegal. Iremos denunciar isso ao redor do mundo até que os problemas sejam solucionados”, afirmou Marina Lacorte, da campanha Amazônia do Greenpeace, que participou da ação nos EUA.
O Greenpeace exige que o governo brasileiro reveja todos os planos de manejo aprovados na Amazônia desde 2006, implemente regras mais consistentes para controle do setor, torne esses processos públicos, e aumente a governança na região, dando maior capacidade e infraestrutura aos órgãos ambientais federais e estaduais.
“O mercado também tem um papel a cumprir: empresas que adquirem madeira da Amazônia devem parar de comprar a menos que tenham garantias, através de mecanismos próprios, de que sua origem não tenha contribuído para o desmatamento, degradação florestal, perda de biodiversidade ou impactos sociais negativos, uma vez que o atual sistema oficial é falho e inseguro”, diz Marina.

Tópicos
Marina Lacôrte
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