Palavra do Especialista: vacina anti-tabagismo é a solução?
Foi-se o tempo em que fumar era bonito e elegante. O vício por cigarros não está ligado apenas a aspectos biológicos, mas também emocionais e comportamentais. A quantidade de tabagistas vem diminuindo nos últimos 20 anos, mas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ainda são mais de 23 milhões de fumantes no mundo.
A nicotina - uma das mais de 4.700 substâncias presentes no cigarro - é responsável pelo prazer ao fumar e causa dependência, uma doença crônica que apresenta altas taxas de recaída. Quando a fumaça do cigarro é inalada, em apenas 10 segundos a nicotina passa pelos pulmões, cai na corrente sanguínea e chega ao cérebro.
O conceito de uma vacina anti-tabagismo existe há muitos anos, mas ainda está em estudo e desenvolvimento. O principal objetivo é impedir a molécula viciante - nicotina - de chegar ao cérebro, onde estimula a liberação de dopamina, que causa a sensação de bem-estar. "As duas grandes dificuldades são criar um anticorpo específico que se una à nicotina sem afetar outras moléculas e fazer com que o sistema imune reconheça e aprenda a produzir sozinho esse novo tipo de defesa. É uma técnica que requer cuidados e muita segurança, por isso, demandará um bom tempo e muito estudo até ser possível utilizá-la", esclarece o psiquiatra Thiago Marques Fidalgo, do Núcleo de Psico-Oncologia do A.C.Camargo.
Mesmo depois de desenvolvida e aprovada, a vacina pode impedir que a nicotina chegue ao cérebro, mas não tem influência no comportamento e no hábito do fumante. "Parar de fumar exige que a pessoa esteja motivada e que seja orientada a rever sua rotina", enfatiza Jefferson Luiz Gross, Diretor do Núcleo de Pulmão e Tórax do A.C.Camargo.
Pare de Fumar
Os especialistas explicam que não existe uma quantidade de consumo de tabaco segura, que não ofereça riscos à saúde, e que um cigarro já pode ser prejudicial. O tabagismo é um dos principais fatores de risco para tumores de pulmão, boca, faringe, laringe, pâncreas, rim, estômago, bexiga, intestino, entre outros, além de também causar mal ao fumante passivo. "O câncer de pulmão é evitável. Se as pessoas parassem de fumar, a doença praticamente desapareceria", completa Jefferson.
Para auxiliar seus pacientes, o A.C.Camargo criou em 1997 o Grupo de Apoio ao Tabagista (GAT). Liderado pela equipe do Núcleo de Psico-Oncologia com apoio interdisciplinar do Núcleo de Pulmão e Tórax, o GAT tem como missão atuar na pesquisa, prevenção e tratamento da dependência da nicotina para os doentes com câncer.
Atualmente há três métodos conhecidos e utilizados para o tratamento da dependência de tabaco. O primeiro é o uso de medicamentos, como a Bupropiona - um antidepressivo que aumenta a concentração de dopamina no cérebro - e a Vareniclina - que bloqueia a ação da nicotina e também induz a sensação de bem-estar. O segundo, muito adotado, é o uso de adesivo, goma de mascar e pastilha, todos com nicotina. São formas de garantir que a pessoa continue a receber a substância, em pequenas proporções, mesmo sem fumar. O último é a terapia cognitivo-comportamental, no qual o tabagista reflete para mudar seus hábitos e seu comportamento em relação ao cigarro.
Dr. Jefferson Luiz Gross - CRM/SP 68099
Diretor do Núcleo de Pulmão e Tórax
Especialista em Cirurgia Torácica - RQE nº 35027
Dr. Thiago Marques Fidalgo - CRM/SP 128974
Médico titular do Núcleo de Psico-Oncologia
A nicotina - uma das mais de 4.700 substâncias presentes no cigarro - é responsável pelo prazer ao fumar e causa dependência, uma doença crônica que apresenta altas taxas de recaída. Quando a fumaça do cigarro é inalada, em apenas 10 segundos a nicotina passa pelos pulmões, cai na corrente sanguínea e chega ao cérebro.
O conceito de uma vacina anti-tabagismo existe há muitos anos, mas ainda está em estudo e desenvolvimento. O principal objetivo é impedir a molécula viciante - nicotina - de chegar ao cérebro, onde estimula a liberação de dopamina, que causa a sensação de bem-estar. "As duas grandes dificuldades são criar um anticorpo específico que se una à nicotina sem afetar outras moléculas e fazer com que o sistema imune reconheça e aprenda a produzir sozinho esse novo tipo de defesa. É uma técnica que requer cuidados e muita segurança, por isso, demandará um bom tempo e muito estudo até ser possível utilizá-la", esclarece o psiquiatra Thiago Marques Fidalgo, do Núcleo de Psico-Oncologia do A.C.Camargo.
Mesmo depois de desenvolvida e aprovada, a vacina pode impedir que a nicotina chegue ao cérebro, mas não tem influência no comportamento e no hábito do fumante. "Parar de fumar exige que a pessoa esteja motivada e que seja orientada a rever sua rotina", enfatiza Jefferson Luiz Gross, Diretor do Núcleo de Pulmão e Tórax do A.C.Camargo.
Pare de Fumar
Os especialistas explicam que não existe uma quantidade de consumo de tabaco segura, que não ofereça riscos à saúde, e que um cigarro já pode ser prejudicial. O tabagismo é um dos principais fatores de risco para tumores de pulmão, boca, faringe, laringe, pâncreas, rim, estômago, bexiga, intestino, entre outros, além de também causar mal ao fumante passivo. "O câncer de pulmão é evitável. Se as pessoas parassem de fumar, a doença praticamente desapareceria", completa Jefferson.
Para auxiliar seus pacientes, o A.C.Camargo criou em 1997 o Grupo de Apoio ao Tabagista (GAT). Liderado pela equipe do Núcleo de Psico-Oncologia com apoio interdisciplinar do Núcleo de Pulmão e Tórax, o GAT tem como missão atuar na pesquisa, prevenção e tratamento da dependência da nicotina para os doentes com câncer.
Atualmente há três métodos conhecidos e utilizados para o tratamento da dependência de tabaco. O primeiro é o uso de medicamentos, como a Bupropiona - um antidepressivo que aumenta a concentração de dopamina no cérebro - e a Vareniclina - que bloqueia a ação da nicotina e também induz a sensação de bem-estar. O segundo, muito adotado, é o uso de adesivo, goma de mascar e pastilha, todos com nicotina. São formas de garantir que a pessoa continue a receber a substância, em pequenas proporções, mesmo sem fumar. O último é a terapia cognitivo-comportamental, no qual o tabagista reflete para mudar seus hábitos e seu comportamento em relação ao cigarro.
Dr. Jefferson Luiz Gross - CRM/SP 68099
Diretor do Núcleo de Pulmão e Tórax
Especialista em Cirurgia Torácica - RQE nº 35027
Dr. Thiago Marques Fidalgo - CRM/SP 128974
Médico titular do Núcleo de Psico-Oncologia
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