Eliane Cantanhêde FSP, 2.11.2014,
BRASÍLIA
- A reeleição completa uma semana hoje e Dilma 2 já está num mato sem cachorro.
Com
a economia destrambelhada –como, aliás, todo mundo sabia– ela tem três
alternativas para tratar o rombo recorde das contas públicas. Todas ruins, ou
melhor, péssimas.
Com os gastos em alta, porque em eleições "faz-se o diabo", e a
arrecadação estagnada, por causa do crescimento devagar, quase parando, a
presidente Dilma tem de cortar gastos e/ou investimentos.
Como
assim? A candidata Dilma não martelou durante todo o segundo turno que só Aécio
Neves e Armínio Fraga assassinariam os gastos?
A
segunda saída para tentar fechar as contas, um dia, talvez, quem sabe, é
aumentar a arrecadação.
Como
assim? Será que Dilma, Guido Mantega, de aviso prévio, ou o novo ministro da
Fazenda teriam coragem de aumentar impostos? Isso entraria para a história com
um único nome: estelionato eleitoral.
E a terceira opção seria... não fazer nada, aprofundar os erros e continuar
insistindo na versão eleitoral, mesmo depois da eleição: a de que o governo
"optou pelo melhor para o país", como disse Arno Augustin, do Tesouro.
Ah!
E ele é um dos cotados para substituir Mantega.
Responda rápido: o que vai ser menos pior?
Cortar
programas, aumentar impostos ou lavar as mãos?
Engana-se
quem pensa que deixar tudo como está, ampliando mês a mês o primeiro déficit
desde o Plano Real (1994), será "a melhor para o país".
Melhor
para quem, cara pálida?
O déficit fiscal tem efeito cascata sobre a economia e deságua no descrédito de
investidores, gerando um círculo vicioso: inflação, juros... Quanto mais pobre,
mais sofre.
Nada disso é surpresa.
Era
a história de um desastre anunciado e só não sabiam os menos escolarizados e
quem ficou cego e surdo diante da realidade.
Agora, aguenta.
Politicamente, o desafio de Dilma é conciliar palavras e atos.
Será
que João Santana dá jeito? Duvido.
O PREÇO DA VITÓRIA
Eliane Cantanhêde FSP, 2.11.2014,
BRASÍLIA - A reeleição completa uma semana hoje e Dilma 2 já está num mato sem cachorro. Com a economia de...
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