◘ PF INDICIA RICARDO TEIXEIRA POR 4 CRIMES.

Ricardo Teixeira, presidente da CBF, no anúncio do novo formato da Copa do Brasil

Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF: inquérito foi concluído em janeiro deste ano, mas só agora veio a público(Mowa Press/VEJA)

PF indicia ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira por quatro crimes

Polícia reúne indícios dos crimes de falsificação de documento público, falsidade ideológica, evasão de divisas e lavagem de dinheiro

A Polícia Federal indiciou o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira pelos crimes de falsificação de documento público, falsidade ideológica, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. 
Segundo a PF, Teixeira não declarou dinheiro mantido no exterior, simulou a compra de ações usando o nome de uma empresa para "movimentar altas quantias de dinheiro" e fez transações imobiliárias irregulares. 
Conforme os investigadores, o inquérito não tem relação direta com o escândalo de corrupção que atingiu a Fifa, mas pode dar subsídios à apuração em curso nos Estados Unidos, tocada pelo FBI. 
O inquérito no Brasil foi concluído em janeiro deste ano, mas só agora veio a público. 
As investigações duraram dois anos.
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No inquérito, ao qual o jornal O Estado de S.Paulo teve acesso, a PF afirma que nas declarações de imposto de renda do ex-dirigente "não existe referência alguma a contas bancárias em seu nome no exterior", o que configura crime de evasão de divisas. 
A reportagem revelou que Teixeira possui 30 milhões de euros numa conta secreta em Mônaco, e a procuradoria da Suíça também identificou movimentações no país. 
No Brasil, o órgão de investigação financeira do Ministério da Fazenda, o Coaf, registrou movimentação de R$ 464,5 milhões entre 2009 e 2012.
A PF destacou informações da procuradoria da Suíça de que Teixeira teria recebido, ainda, 12,7 milhões de francos suíços de suborno enquanto esteve na CBF, de 1989 a 2012, inclusive envolvendo a realização de Copas do Mundo, ao considerar que "ele vem praticando atos contra a administração pública brasileira, com exigência de vantagens para práticas administrativas da CBF, contra a administração pública estrangeira e o sistema financeiro nacional".
A PF também acusa Teixeira de simular operações de compra de vários imóveis, entre eles uma cobertura na Barra da Tijuca, no Rio. 
Ele adquiriu o apartamento em bairro nobre que estava avaliada em R$ 4 milhões por R$ 720 mil. 
O imóvel foi comprado de Claudio Abrahão, irmão de Wagner Abrahão, dono do Grupo Águia. 
Em depoimento à PF, Claudio justificou o preço porque o imóvel estava "em mau estado de conservação, precisando de reforma". 
A PF considerou suspeito o fato de Claudio ter comprado o imóvel em 2002, por R$ 1,9 milhão, mas só ter escriturado em 2009, mesmo ano em que foi vendido para Teixeira. 
A PF também encontrou irregularidades na compra de uma aeronave pela Alianto Marketing por R$ 8 milhões da empresa 100% Brasil Marketing, que não tem endereço fixo. 
As duas empresas têm como sócios Alexandre Rosell Feliu, conhecido como Sandro Rosell, ex-presidente do Barcelona. 
Ou seja, ele vendeu a aeronave para ele mesmo.
Outro negócio investigado pela PF é a simulação de operação de compra de ações de Teixeira e Rosell numa transação que envolveu a cifra de R$ 22,5 milhões. 
A PF descobriu que a Alpes Eletronic Broker não era detentora de opção de venda, como informado no negócio. 
A Alpes negou em depoimento relação com Teixeira. 
Como moram no exterior, a PF indiciou Teixeira e Rosell sem a presença deles. 
Contudo, conforme o inquérito, os dois "tomaram conhecimento dos fatos e não tiveram interesse em desmentir".
(com Estadão Conteúdo)

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