Ficou conhecido pelos
camaradas da RAF, a força aérea britânica, como "o indestrutível
Alkemade". Há 75 anos, durante a Segunda Guerra Mundial, Nicholas Alkemade
saltou de um bombardeiro em chamas e sobreviveu sem qualquer osso partido. Os
ramos de um pinheiro e a neve no chão amorteceram a queda em território alemão.
A escolha era entre
morrer queimado ou saltar. Decidi saltar", diz Nicholas Alkemade, citado
no blog do Museu da RAF, a força aérea britânica. Durante décadas, este
sargento artilheiro britânico relatou a jornalistas e historiadores como
sobreviveu naquela noite de 24 para 25 de março de 1944, faz agora 75 anos, a
uma queda de 5500 metros e ainda teve de convencer os nazis de que era um
aviador e não um espião infiltrado em território alemão. A sua sorte foram os
ramos de um pinheiro e a neve fofa no solo.
Alkemade era
tripulante de um bombardeiro Lancaster que regressava de ataque a Berlim, mais
de 800 aviões ao todo. O sargento seguia a bordo com mais seis tripulantes
quando uma missão que parecia bem sucedida depois do bombardeamento da capital
alemã foi transformada em tragédia por um Junckers. Quando se preparava para
salta do avião em chamas, Alkemade percebeu que o paraquedas estava a arder e
hesitou. Mas ele próprio começou a sofrer queimaduras e o salto tornou-se a
única escolha, como contou muitas vezes também em programas televisivos, para
os quais era convidado regular até morrer em 1987, com 64 anos.
Tinha cortes e
queimaduras, também um joelho em muito mau estado, mas nenhum osso partido.
Capturado por civis alemães, foi levado para uma clínica. No dia seguinte,
chegou a Gestapo, que não acreditou na história do salto sem paraquedas e o
acusou de ser espião. Só quando foi encontrado o avião de Alkemade carbonizado,
a sua versão passou a credível para os alemães. Os nazis passaram mesmo um
documento a autentificar a sua proeza, mesmo que a altitude exata da qual
Alkemade se lançou (de um avião em queda!) seja motivo de debate ainda hoje.
Alkemade, de 22 anos,
foi libertado numa troca de prisioneiros entre os britânicos e os alemães em
fevereiro de 1945. A guerra terminou na Europa três meses depois e Alkemade
trabalhou em tempos de paz na indústria química. O resto da tripulação do seu
avião está sepultada num cemitério militar em Hanôver.
Em 2015, um estudo da
Universidade de Leicester deu como cientificamente possível a sobrevivência de
uma queda a 5500 metros estudando o caso de Alkemade. O segredo é o número
sucessivo de ramos que vão reduzindo a velocidade da queda e depois a espessura
de neve no solo. Mas a hipótese de morrer é bem superior, claro, concluem os
cientistas.
Fonte: DN
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