A letra e a forma como ela é expressa no papel revelam a nossa personalidade. Pelo fato da forma como nos relacionamos estar ligada a nossa personalidade, é que podemos através da análise da nossa letra, descobrir como expressamos a nossa afetividade. A grafologia é muito utilizada nos setores de Recursos Humanos nas empresas, para a admissão de pessoal, mas poucas pessoas sabem que a técnica também pode ser utilizada como forma de autoconhecimento, auto-análise e desenvolvimento pessoal.
Além dos sinais gerais da escrita, como formato, tamanho e tipo da letra, direção da linha e inclinação das palavras, o temperamento da pessoa também é refletido na escrita, e em se tratando de relacionamento, ele é o item a ser avaliado e observado com maior cautela na análise grafológica.
O termo "temperamento" deriva do latim "temperamentum" e pode ser definido como o estado dinâmico de um individuo com relação a sua constituição. Ou seja, é a expressão das características da personalidade do individuo. Os tipos de temperamento são divididos e classificados nos 4 tipos abaixo:
- Sanguíneo: São pessoas cuja letra é caligráfica (letra "de mão"), grande, arredondada e cheia de enfeites. Revela pessoas joviais, sedutoras, que adoram ser objeto de admiração do outro. São altamente sexuais e sedutoras. Na maioria dos casos são ótimas companhias, porque são alegres, extrovertidas e detestam a rotina. São muito intensos em seus sentimentos e com a mesma força que se entregam em uma relação, saem dela. Fazem tudo para agradar e defender a pessoa que amam. Tendem ao ciúme excessivo.
- Bilioso: A sua letra geralmente é de forma, reta e com pontos, traços e barras colocados precisamente. Quando cursiva, é marcada por ângulos. Geralmente a palavra não é alta, larga, ou cheia de floreios. Esse tipo de escrita representa as pessoas que têm dificuldade para expor os seus sentimentos e conduzem os relacionamentos com mais razão do que emoção. São muito inteligentes e firmes, podendo ser a pessoa responsável pelas decisões do casal.
- Linfático: Apresenta uma escrita lenta e com letras bem arredondadas. Em uma palavra, as letras tendem a ter a mesma altura. Não apresenta ângulos e nem floreios na escrita. A sua linha é reta e os pontos e as barras são cautelosamente colocados. São pessoas extremamente afetuosas e amorosas, que se esforçam para atender todos os desejos do parceiro. Normalmente inseguras essas pessoas têm medo da critica, da reprovação e da rejeição. Têm dificuldade para tomar decisões, por isso, podem demorar para iniciar ou terminar um relacionamento. Também evitam brigas, mas dependendo do perfil do parceiro podem ocorrer brigas devido ao seu apego em métodos, tradições e normas.
- Nervoso: Letra rápida, "sacudida" e muitas vezes quase ilegível. Tem ângulos, pontas e rupturas entre as letras no meio das palavras. Muitas vezes podem faltar pontos e ultrapassar as margens do papel. Esse tipo de escrita revela pessoas extremamente agitadas e ansiosas, que não têm paciência de esperar o futuro, e por isso, acabam agindo impulsivamente. No relacionamento tendem a ser agitadas, instável e às vezes até apresentar constantes mudanças de humor. São muito falantes e mudam de assunto a toda hora. Podem ocorrer brigas pela sua agitação e pouca paciência em esperar o tempo do outro. A rotina, o excesso de método e a falta de agitação e dinamismo no relacionamento podem tirar-lhe o prazer da relação.
Como já foi citado, além dos 4 tipos de temperamento há outros aspectos gráficos que nos dizem a respeito do relacionamento, que são o tamanho da letra, os cortes da letra T e a letra G entre outros. Com relação ao tamanho, pessoas com a letra muito pequena tendem a ser tímidas e ter falta de espontaneidade no relacionamento. Quem ao cortar a letra T não atravessa a haste da letra, geralmente é insegura quanto aos seus desejos e suas decisões.
A letra G, é que mais nos fala dos relacionamentos, pois ela refere-se à nossa sexualidade. Pessoas com a "barriga" do G muito grande têm muitos desejos e fantasias sexuais e atraem atenção e o desejo do parceiro. Já pessoas que não arredondam essa parte da letra, podem não estar vivenciando a sexualidade da forma como gostariam.
Através da análise grafológica, podemos então compreender melhor nós mesmos e nossos parceiros e descobrir quais incompatibilidades na personalidade são responsáveis pelas brigas, desentendimentos ou falta de ação no relacionamento, ou então o que os une de forma tão intensa e duradoura.
Grafologia: a chave da personalidade
A caligrafia é a escrita da mente; a mão apenas segura a pena e obedece ao comando do cérebro
Você já parou para pensar que não consegue escrever econversar ao mesmo tempo? Isso se deve ao fato de que, para escrever, é preciso raciocinar, entender e ver o que se escreve, afinal cada letra ou palavra é produto do pensamento, de um ato previsto e inteligente. Trata-se de um processo escritural e que exige concentração.
Porém, as letras e traços que utilizamos para escrever um texto, por exemplo, não são uma criação voluntária nem individual. Dizem respeito a um conjunto de símbolos – ao escrevermos, estamos reproduzindo sinais que nos foram ensinados. Quando fomos alfabetizados, lá no jardim de infância, aprendemos aquela escrita "caligráfica", do professor primário. Porém, à medida que crescemos, amadurecemos e evoluímos, nossa escrita também vai sendo transformada e vai progredindo. Vamos nos individualizando e personalizando e com a escrita não é diferente, adquirindo formas próprias.
E isso é simples de observar. Reúna um grupo de crianças e peça-as para escreverem algumas linhas. Você vai observar, naturalmente, determinados tremores. Mas, mesmo sendo comuns tais traços tremidos e vacilantes – afinal elas ainda não têm o controle da motricidade fina e, por isso, têm dificuldade na sustentação da caneta –, pode-se comprovar que cada uma delas, ao longo da aprendizagem da escrita, já começa a imprimir seus traços próprios, ou seja, determinadas modificações pessoais que permitirão aoprofessor reconhecer facilmente cada aluno pela letra.
Essas modificações do modelo original e caligráfico são verdadeiros gestos inconscientes de expressão projetiva e que vão refletir a personalidade de quem escreve. Cada traço diferente que aparece em um texto vai revelar sinais daquela personalidade. E são esses sinais individuais que vão diferenciar entre si todas as pessoas do planeta. Assim como não existem duas impressões digitais iguais (cada um tem a sua), também não existem duas grafias iguais.
Experimente: peça a um grupo de 5 ou 6 pessoas conhecidas para escrever um texto de 3 linhas em um pedaço de papel, sem assinar. Você será capaz de identificar cada uma delas? Sim, será, porque não existem duas grafias iguais – cada pessoa traz em sua escrita indicadores de um conjunto de atitudes, habilidades e comportamentos.
A caligrafia é a escrita da mente; a mão apenas segura a pena e obedece ao comando do cérebro. Quando começamos a redigir um texto, estamos sendo comandados pelo nosso consciente – e, por isso, existe uma preocupação maior com a arrumação e com a apresentação do texto no papel. À medida que nos envolvemos com o texto, o nosso consciente tende a relaxar e começamos, então, a ser comandados pelo nosso inconsciente. Por consequência, todos os nossos flutuantes estados de espírito são inconscientemente impressos na escrita, revelando nossas características mais particulares – aquelas que vão nos diferenciar das outras pessoas.
Nesse sentido, torna-se possível verificar uma infinidade de características por meio da escrita. Por ela, podemos observar sua capacidade laboral, ou seja, a maneira como ela trabalha: sinais de inteligência e de originalidade de ideias; se a pessoa tem planejamento e organização em suas tarefas; se tem boa memória ou não, além de indícios de perseverança e de ambição que também são visíveis.
Nas questões sociais, é possível analisar a maneira como ela se relaciona com os que estão à sua volta: se respeita o espaço alheio ou não; se é intuitiva; se é realista ousonhadora; se busca os relacionamentos ou se afasta dos demais; e se é confiante ou desconfiada, entre outros.
Traços de caráter também são visíveis na escrita, mas é importante ressaltar que não é possível vermos sinais de honestidade pela grafologia, afinal, não podemos prever que circunstâncias podem levar um indivíduo a um ato de desonestidade. Podem-se avaliar muitas características, mas não se faz previsão por meio delas.
Você deve saber que todo indivíduo tem suas preferências de estilo. Algumas pessoas são convencionais por natureza, daí temos a justificativa de sua escrita se manter fiel aomodelo caligráfico. Outras se distanciam do convencionalismo e agem de acordo com seus desejos – neste caso, sua caligrafia vai refletir esses impulsos e apresentará maior quantidade de traços originais, que podem se referir a pessoas com maior nível de criatividade.
Pessoas mais expansivas tendem a ter gestos mais largos e espírito mais aberto – provavelmente sua letra será de dimensão grande, ao passo que letras de dimensão pequena podem estar revelando uma personalidade mais reservada e cautelosa. Indivíduos organizados geralmente têm a redação clara, ordenada e o texto bem enquadrado, respeitando as margens do papel.
Curvas e ângulos também são indicadores de comportamentos particulares. Indivíduos mais dóceis, gentis e sociáveis tendem a apresentar uma escrita com mais curvas, ou seja, traços mais redondos, enquanto os ângulos (pontas) vão sinalizar indivíduos com mais vontade própria, energia, coragem e firmeza.
Podem-se, também, analisar características de acordo com a inclinação das letras. Aquelas que formam com a linha de base um ângulo mais ou menos agudo à direita (escrita inclinada) indicam um temperamento mais sensível, onde a emotividade e a afetividade podem levar vantagem sobre a razão. Num movimento oposto, a inclinação à esquerda pode revelar uma atitude mais defensiva, com tendência ao recolhimento.
Dessa forma, os traços de personalidade e caráter vão se manifestando na letra e, então, torna-se possível identificar, em cada um de nós, habilidades e competências para a realização das mais diversas atividades.
Além dos já citados, existe mais uma infinidade de outros aspectos a serem analisados numa redação, mas cabe a ressalva de que o que vai nos dar o laudo final é a análise do contexto geral. O grafólogo experiente sabe que não podemos tirar nenhuma conclusão prévia sem estudarmos todo o ambiente gráfico. Os aspectos a serem considerados podem ter maior ou menor peso, dependendo de outros sinais que podem estar presentes, como por exemplo, pingos nos ii e barras nos tt.
O pingo no "I" é identificado como o sinal que reflete o comportamento da atenção, o equilíbrio do pensamento em presença de uma obrigação e a precisão e exatidão nos julgamentos e na observação. Assim, uma pontuação alta pode significar idealismo e sensibilidade, ao passo que os pingos baixos podem indicar ideias práticas ou obediência. Sua exatidão indicará ordem e minúcia e os que tiverem forma de círculo revelarão vaidade de espírito.
A letra "T" é universalmente conhecida como a que reflete a vontade. O gesto gráfico, neste caso, percorre duas direções, o traço vertical (haste) mede a afirmação pessoal e o horizontal (barra) revela a potência realizadora da vontade. Assim, a análise é feita numa comparação entre os dois traços. Barras curtas e retas indicam energia e produtividade, enquanto as longas podem estar sinalizando mais desejos do que recursos para concretização dos projetos. Barras altas tendem ao autoritarismo, enquanto as baixas indicam submissão. Se ligadas à letra seguinte será sinal de continuidade e vivacidade das ideias.
Devemos estar atentos ainda às linhas, se sobem ou descem, à pressão da caneta no papel, à velocidade do traçado, à continuidade entre as letras e, por fim, à assinatura. A análise desta última é fundamental para a composição do perfil analisado, pois é ela quem vai legitimar, ou não, o que foi dito acima.
O texto em si refere-se ao comportamento social da pessoa, enquanto a assinatura trata do comportamento íntimo. Portanto, a análise da relação entre texto e assinatura torna-se decisiva para o resultado final de um parecer grafológico.
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