No relatório que desmoralizou de vez a infame CPI que fingiu investigar
a Petrobras, o deputado federal Luiz Sérgio (PT-RJ) absolveu os criminosos,
condenou os homens da lei e se declarou indignado com o que considera “excesso
de delações premiadas” ocorridas na Operação Lava Jato.
É compreensível que o
relator de araque ande atravessando madrugadas assombrado por gente que, para
escapar de punições mais salgadas, topa contar tudo o que sabe. É natural que
não pare de pensar em Curitiba.
Luiz Sérgio, constata o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, não
dorme direito desde julho passado, quando foi preso pela Polícia Federal o
vice-almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva.
Nomeado por Lula em 2005, o
militar de 76 anos presidiu a Eletronuclear até abril.
Nesse período, sem
desativar sua “empresa de consultoria”, reativou as obras da usina de Angra,
refez os contratos com empreiteiras que no momento chapinham no pântano do
Petrolão e embolsou propinas que somam pelo menos R$ 4,5 milhões.
Nesse mesmo espaço de tempo, Othon estreitou as relações suspeitíssimas
que mantém com Luiz Sérgio desde os anos 80.
Eles se conheceram quando o
oficial da Marinha especializado em engenharia nuclear servia ao regime militar
e o dirigente sindical rezava no altar do PT.
Descobriram que haviam nascido um
para o outro depois que Luiz Sérgio se elegeu prefeito.
Os laços ficaram mais
sólidos a cada campanha eleitoral. E viraram amigos de infância quando o
deputado pousou no primeiro escalão do governo Dilma.
No Ministério de Relações Institucionais e no da Pesca, Luiz Sérgio
ficou famoso pelas cenas de sabujice explícita com que costuma reverenciar os
chefes da seita.
Esse traço de caráter não parecerá mais repulsivo que o
prontuário depois de incorporadas as anotações que estão faltando.
Se o
vice-almirante revelar tudo o que fez junto com o deputado, a dupla terá tempo
de sobra para colocar a conversa em dia no pátio de uma cadeia.
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