‘Adeus, PT’, de Marco Antonio Villa
Publicado no Globo desta terça-feira
MARCO ANTONIO VILLA
A cinco meses da eleição presidencial é evidente o sentimento de enfado, cansaço, de esgotamento com a forma de governar do Partido dos Trabalhadores.
É como se um ciclo estivesse se completando. E terminando melancolicamente.
A construção do amplo arco de alianças que sustenta politicamente o governo Dilma foi, quase todo ele, organizado por Lula no início de 2006, quando conseguiu sobreviver à crise do mensalão e à CPMI dos Correios.
Naquele momento buscou apoio do PMDB — tendo em José Sarney o principal aliado — e de partidos mais à direita. Estabeleceu um condomínio no poder tendo a chave do cofre.
E foi pródigo na distribuição de prebendas. Fez do Tesouro uma espécie de caixa 1 do PT.
Tudo foi feito — e tudo mesmo — para garantir a sua reeleição. Parodiando um antigo ministro da ditadura, jogou às favas todo e qualquer escrúpulo.
No jogo do vale-tudo não teve nenhuma condescendência com o interesse público.
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