○ INGREDIENTES DE UMA CATÁSTROFE

Acordo de Obama com o Irã Tem os Ingredientes de uma Catástrofe.

Barack Obama sinalizou repetidamente durante os últimos seis anos e meio que sua prioridade número 1 no que tange às relações exteriores não é a China, nem a Rússia, nem o México e sim o Irã. Ele quer tirar o Irã do isolamento, transformar a República Islâmica em apenas mais um membro, como qualquer outro, da assim chamada comunidade internacional, acabando com décadas de agressão e hostilidade.

Isso por si só já é um objetivo válido, é sempre uma boa política reduzir o número de inimigos. (O que faz lembrar a ida de Nixon à China). O problema se encontra, obviamente, na maneira de executar.

Barack Obama anunciando o acordo com o Irã em 14 de julho.

A condução das negociações nucleares com o Irã se desenvolveu de forma deplorável, a Administração Obama tem sido inconsistente, capitulante, exagerada e até fraudulenta. Ela vigorosamente exigia determinados termos, logo em seguida abria mão desses mesmos termos. O Secretário de Estado John Kerry, de maneira pouco lógica, anunciava: nós dispomos de "total conhecimento" do que os iranianos fizeram até agora em seu programa nuclear, portanto não há nenhuma necessidade da realização de inspeções para a formação de dados de referência. Como é possível um adulto, ainda mais uma autoridade do alto escalão, fazer uma declaração dessas?

A Administração enganou os americanos quanto às suas próprias concessões: Após o Plano de Ação Conjunta de novembro de 2013, a Administração publicou um informe que Teerã afirmou estar errado. Adivinhe quem estava certo? Os iranianos. Resumindo, o governo americano mostrou não ser digno de confiança.

O acordo assinado hoje acaba com as sanções econômicas, permite que os iranianos ocultem boa parte de suas atividades nucleares, carece de uma maneira efetiva de forçar o cumprimento do acordo em caso de trapaça por parte dos iranianos e expira em pouco mais de uma década. Dois problemas em particular saltam aos olhos: o caminho iraniano para a obtenção de armas nucleares foi facilitado e legitimado, Teerã irá receber um "bônus de assinatura" de cerca de US$150 bilhões que aumentará significativamente sua capacidade de conduzir agressões no Oriente Médio e mais além.

Os Estados Unidos por si só, isso sem falar dos países do P5+1 como um todo, possui um poder econômico e militar incomensuravelmente maior do que a República Islâmica do Irã, fazendo dessa concessão unilateral em última análise uma perplexidade.

Os espertalhões (dois iranianos) de camisas brancas, sem gravatas, os mais contentes.

De todos os equívocos em relação à política externa, acumulados nos últimos seis anos, nenhum foi catastrófico para os Estados Unidos: nem a construção de ilhas pelos chineses, nem a ocupação da Criméia pelos russos, nem o fato da Líbia, Iêmen, Síria ou Iraque terem afundado em guerras civis. Mas o acordo com o Irã tem os ingredientes de uma catástrofe.

A atenção agora se vira para o Congresso dos Estados Unidos que irá analisar o acordo de hoje, sem a menor sombra de dúvida, o pior tratado não somente da história americana ou história moderna, mas de todos os tempos. O Congresso precisa rejeitar esse acordo. Os senadores e representantes republicanos têm se mostrado firmes nesse tópico, será que os democratas se levantarão diante disso e proporcionarão os votos necessários para rejeitá-lo? Eles precisam ser pressionados.

O Sr. Pipes (DanielPipes.org@DanielPipes) é o presidente do Middle East Forum. © 2015 por Daniel Pipes. Todos os direitos reservados.

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