Além dos
preços em queda, o atual momento traz outros motivos para fechar negócio
A tendência de
queda no preço dos imóveis levanta a dúvida: é uma boa hora para comprar? Se
for para investir, com foco no curto ou médio prazo, não. Afinal, quanto
maior a taxa de juros, mais vantajoso se torna ter o dinheiro rendendo no banco
do que mantê-lo aplicado em um imóvel. Mas se o imóvel
for para moradia, pode ser interessante, sim. Saiba quais as
vantagens de fechar negócio agora.
1. Inflação “reduz” a fatia do
salário destinada ao financiamento
Embora as taxas de financiamento imobiliário tenham aumentado,
sua contratação pode representar um bom negócio num cenário de inflação
como o atual. Isso porque o financiamento é contratado com uma taxa fixa,
que costuma representar um terço do salário. , enquanto a inflação é variável,
e tem aumentado. De acordo com Augusto Martins, da Rio Bravo
Investimentos, disso decorre que, conforme os salários
são reajustados por causa da inflação, a parte da renda destinada a pagar
o financiamento se torna proporcionalmente menor. Se equivalia a
um terço na hora da contratação, representará uma fatia menor um ano
depois. Passados dois anos, menor ainda, e assim sucessivamente
— considerando, é claro, que a inflação continue aumentando.
2. Usar FGTS no imóvel é melhor
do que deixá-lo parado
Para quem pensa em usar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
para adquirir um imóvel, a compra continua sendo uma boa oportunidade de
alocar o recurso. Com rendimento de 3% ao ano, o FGTS está abaixo da
inflação, que deve atingir 9,7% neste ano pelo IPCA (Índice de Preços
ao Consumidor Amplo). Considerando que a valorização média dos imóveis é de 5%
ano ano (sem descontar a inflação), usar o fundo na compra vale mais do que
deixá-lo parado. A decisão deve se mostrar ainda mais acertada no longo
prazo, depois que o mercado imobiliário tiver superado o atual
momento de desaleceração.
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3.
Há melhores condições de negociação
Com a redução da demanda e o avanço da inflação, surgem
proprietários dispostos a baixar o preço como estratégia para vender logo.
Até porque, em muitos casos, deixar um imóvel à venda por um longo período
é mais oneroso, até por causa da inflação, do que reduzir um pouco o patamar
para negociação. Por isso, não tenha vergonha de oferecer menos do que o
proprietário pede. O pior que pode acontecer é ouvir um não como
resposta — e o melhor, fechar negócio.
4. Aproveite antes que os
preços subam
Crises não duram para sempre. A economia é cíclica, portanto é
natural que os preços voltem a subir num futuro próximo. E a melhor forma de se
preparar para isso é agir agora. Apesar de os preços acumularem ligeira
queda, em torno de 3% neste ano, ela é muito menor do que a valorização
recente, que em apenas um ano fez os imóveis do Rio de Janeiro subirem até
40%. Dificilmente haverá um outro boom nessas proporções, mas o inverso
(preços caindo 40% em um ano) é igualmente improvável.
5. Os custos se diluem no
tempo
Cada pessoa ou família costuma passar oito anos no mesmo
imóvel. Há quem passe bem mais, até quinze ou vinte anos morando na
mesma casa ou apartamento. Por isso, tenha em mente que os custos de
agora serão diluídos no longo prazo, o que torna o investimento
mais vantajoso. E pode até ser que, como preveem alguns analistas, a situação
atual, em termos de inflação e taxas de financiamento imobiliário, se
complique um pouco mais — nesse caso, melhor comprar agora do que
mais tarde. De qualquer forma, a decisão depende de haver a intenção do
comprador de permanecer no imóvel por, no mínimo cinco anos. Para períodos mais
curtos, alugar é uma alternativa melhor.
Por Mariana Barros
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