Você sabe o que é Clostridium botulinum?
Por Carolina Mouta | Yahoo Contributor Network – sex, 27 de set de 2013 15:27 BRT
Você já está introduzindo os suquinhos e papinhas de fruta na alimentação do seu bebê e achou que o mel pode ser um aliado na tentativa de não incluir o açúcar no cotidiano do pequeno? Errou. Se o seu filhote ainda não completou um ano de idade, o mel é super contraindicado pelos especialistas.
Uma pesquisa realizada pela Unesp entre janeiro de 2002 e julho de 2003, em seis estados brasileiros, mostrou que 7% das 100 amostras de mel comercializadas por ambulantes, nos mercados e nas feiras livres estavam contaminadas pela bactéria Clostridium botulinum. "Com base nisso, a ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária - decidiu por não incluir o mel na alimentação das crianças menores porque eles não possuem a flora intestinal completamente formada", explica a pediatra do Hospital São Camilo de São Paulo , Cristina Abud de Almeida.
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Botulismo não é brincadeira e pode trazer sérias sequelas para as crianças. "Os esporos do Clostridium botulinum germinam e colonizam o intestino, produzindo uma toxina que desencadeia uma doença neuroparalítica grave chamada paralisia muscular progressiva. Ela causa dificuldade motora e de respiração podendo ser fatal", diz a médica. Os sintomas da doença surgem entre 8 e 36 horas depois da ingestão do alimento contaminado. Entre eles estão prisão de ventre, falta de apetite e falta de energia.
Apesar do número que preocupou as autoridades sanitárias do Brasil, os registros do problema por aqui ainda são raros. No entanto, nos Estados Unidos, só no ano de 2012, foram notificados 100 casos de botulismo em crianças menores de um ano. A introdução precoce do mel, assim como de qualquer outro alimento açucarado, também pode fazer com que a criança tenha dificuldades em aceitar o que é salgado. "O doce é mais palatável que o salgado", ressalta Cristina. Além disso, pode fazê-la deixar o peito, se ainda consumir o leite materno.
Mas, depois do primeiro ano, a criança já está liberada para consumir o mel, de boa procedência, é claro, e com selo de qualidade. E a ingestão traz muitos benefícios. "Pode substituir o açúcar na alimentação por ter uma quantidade de carboidratos facilmente digerível e saborosa além de possuir minerais, aminoácidos, enzimas e vitaminas", pontua a pediatra.
O mel também é um dos ingredientes mais usados para produção de pastilhas e xaropes para a garganta. E os benefícios não param por aí. "O mel pode ser usado como laxativo suave no tratamento da constipação. Além disso, é usado em hidratantes, outros tipos de cosméticos e como agente cicatrizante para feridas, queimaduras e úlceras de pele", observa Cristina.
Então, mamães, se seus pequenos ainda não completaram um ano, não deem mel, nem em caso de xaropinho milagroso para expectorar. Espere mais um pouquinho para colher os benefícios dele e, na dúvida, consulte sempre o pediatra.
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