01/10/2015
RENAN CALHEIROS É DENUNCIADO POR IMPROBIDADE! MP APERTA O CERCO AO NÚCLEO DO PODER
O Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF/DF) propôs uma ação por improbidade administrativa contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB).
Aviso
da Policia Federal: Corruptos, não durmam !!!
O
político deixou de fornecer ao MPF informações necessárias para subsidiar um
inquérito que apura supostas irregularidades na ocupação de cargos
comissionados na Casa Legislativa.
No total foram sete ofícios reiterando o
pedido de explicação.
Como não houve respostas, o órgão ministerial instaurou
um segundo inquérito – desta vez para apurar a conduta do presidente do Senado
– e que teve como desdobramento o oferecimento da ação judicial.
Na
petição inicial, o MPF detalha o que foi feito ao longo de dois anos para
garantir o fornecimento das informações.
O procedimento, que tramita na
Procuradoria da República no Distrito Federal (PRDF) foi aberto em outubro de
2013 para apurar a existência de desproporção entre o número de servidores
efetivos e comissionais no quadro de pessoal do Senado, bem como se havia
desvio de função por parte dos ocupantes de cargos em comissão.
O primeiro
ofício foi enviado ainda no mês de outubro daquele ano e apresentava uma lista
de questionamentos a serem respondidos pelo presidente do Senado.
Além da
relação de ocupantes de cargos comissionados, o MPF solicitou, à época,
informações referentes à remuneração e lotações desses funcionários, horário de
expediente e a atividade desenvolvida pelos profissionais.
Também foi
perguntado que eles desempenhavam atividades de direção, chefia e
assessoramento e se eram ou não filiados a partidos políticos.
O presidente do
Senado deveria, ainda, explicar como é feito o controle de frequência dos
comissionados e a quantidade de candidatos aprovados em concursos públicos –
ainda vigentes – que aguardavam nomeação.
Dois
meses depois, diante do silêncio do presidente do Senado, o MPF reiterou o
pedido.
Desta fez, o documento fixou um prazo de 30 dias para o atendimento da
solicitação. Mas também não houve resposta.
“Ainda que o Ministério Público
Federal tenha fixado prazo para o atendimento da última requisição, com
fundamento no disposto no artigo 8º, § 5º, da Lei Complementar n.º 75/19932, o
Sr. Presidente do Senado não respondeu o requerimento”, afirma o procurador da
República, Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, em um dos trechos da ação judicial.
O
segundo ofício foi enviado em dezembro e 2013 e, desde então, outros cinco,
foram elaborados com o mesmo propósito.
Nenhum deles, no entanto, foi atendido
pelo presidente do Senado.
Nem mesmo a advertência de que “a falta
injustificada e o retardamento indevido do cumprimento das requisições
ministeriais” poderiam implicar responsabilização penal, civil e administrativa
surtiu efeito.
Diante da situação, o MPF instaurou inquérito civil para apurar
a reiterada omissão do presidente do Senado.
Na
ação, o procurador frisa que, por lei, a requisição ministerial possui caráter
coercitivo, impositivo e obrigatório, e que foi feita de acordo com o que prevê
a legislação.
Todos os ofícios foram encaminhados via Procuradoria Geral da
República (PGR), conforme previsão legal.
Dessa forma, ao ignorar as
solicitações, o presidente do Senado cometeu improbidade administrativa por ato
que atenta contra os princípios da Administração Pública: retardar ou deixar de
praticar, indevidamente, ato de ofício.
O pedido do MPF é para que Renan
Calheiros seja condenado às sanções previstas no artigo 12, da Lei 8.429/92 que
estabelece, por exemplo, a perda da função pública, suspensão de direitos
políticos por até cinco anos e o pagamento de multa.
Além de
propor a abertura de processo por improbidade, o Núcleo de Combate à corrupção
da PRDF encaminhou o inquérito ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
a quem cabe apresentar eventual ação penal contra o presidente do Senado.
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