PT recebeu propina de R$ 4
milhões, revelam documentos
Segundo os papéis,
o grupo Toyo Setal pagou, ao menos, R$ 4 milhões em propina, na forma de doação
oficial ao partido
Comprovantes de doação feita pelo
grupo ao PT
Foto: Reprodução
Documentos
entregues pelo engenheiro Augusto Ribeiro de Mendonça Neto em seu acordo de
delação premiada revelam que o grupo Toyo Setal pagou, ao menos, R$ 4 milhões
em propina, na forma de doação oficial ao Partido dos Trabalhadores.
De acordo
com os documentos apreendidos pelo Ministério Público Federal, três das
empresas comandadas por Mendonça (Setal Óleo e Gás, Setec Tecnologia e PEM
Engenharia) fizeram, entre outubro de 2008 e março de 2012, 29 doações ao
partido, num total de R$ 4.160.000,00.
SAIBA MAIS
A grande maioria
das doações foi feita ao diretório nacional do partido. Mas também foram
beneficiados o PT da Bahia (R$ 100 mil doados pela Setec em outubro de 2008),
de Porto Alegre (R$ 250 mil, doados pela Setal óleo e Gás em dezembro de 2011)
e de São Paulo (R$ 250 mil, da Setal, em março de 2012).
Mendonça, que em
depoimentos prestados ontem e na segunda-feira à Justiça Federal do Paraná
confirmou o pagamento de propina para a obtenção de contratos com a Petrobras e
a existência do “clube das empreiteiras” para negociar diretamente com a
estatal, declarou ao juiz Sérgio Moro ter pago propina ao ex-deputado José
Janene, aos ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Renato Duque e, a
pedido de Duque, disse ter feito doações a campanhas ou a diretórios petistas
como forma de pagamento das “comissões” negociadas na estatal.
O representante da
Toyo Setal volta a depor nesta tarde, no terceiro dia de audiências, que, desta
vez, ouvirá as testemunhas do processo relacionado às irregularidades que
teriam sido cometidas pela OAS no âmbito da Operação Lava Jato.
Além dele,
voltam a depor o delegado Márcio Adriano Anselmo, o consultor Júlio Camargo, a
contadora Meire Poza e o empresário Leonardo Meirelles.
Comprovantes de doação feita pelo
grupo ao PT
Foto: Reprodução
Comprovantes de doação feita pelo
grupo ao PT
Foto: Reprodução
Dispensada
Com depoimentos
previstos para amanhã e sexta-feira, a geóloga Venina Velosa, ex-gerente da
área de abastecimento da Petrobras, foi dispensada pelo Ministério Público
Federal.
Os promotores entenderam que o depoimento já prestado pela geóloga foi
pouco esclarecedor e não trouxe contribuição para essa fase do processo, em que
se apura a responsabilidade das empreiteiras pela formação de cartel e
manipulação dos contratos com a Petrobras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário