"Que sonhos, hoje, povoam a mente do juiz Sérgio Moro?", questiona Fernando Brito, editor do Tijolaço; segundo ele, a glória profissional de fisgar a maior liderança política do País na Lava Jato
21 DE FEVEREIRO DE 2015 ÀS 18:39
O alvo de Moro é Lula. E, talvez, mais.
Por Fernando Brito, do Tijolaço
Na coluna de Monica Bergamo, na Folha, a declaração de quem sabe – porque está recebendo as perguntas e as propostas de acordo da Polícia Federal, do Ministério Público, com a cobertura do Juiz Sérgio Moro, que estende indefinidamente a duração da prisão dos acusados – o objetivo do método “vai ficar preso até que diga o que queremos que você diga”.
O ALVO
Pelo menos um advogado que tem mantido contato com autoridades que integram a operação disse à coluna entender que algumas delas têm entre suas metas envolver, de alguma forma, Lula nas investigações. A empreiteira que ele representa, no entanto, não estaria disposta a colocar lenha nessa fogueira.
Na visão desse advogado, não se trata de um movimento antipetista de procuradores ou policiais -mas sim da busca de alguns pela suposta “glória” profissional de capturar o maior de todos os personagens políticos na rede do escândalo da Petrobras.
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Alguém ainda duvida disso?
A única coisa difícil de acreditar nisso é que executivos acostumados à vida milionária, eles próprios portadores de uma visão conservadora e elitista da sociedade e na iminência de perderem seus impérios vão resistir a fazer isso.
Basta dizer: Lula me telefonou e agradeceu a doação (legal, que virou ilegal, porque pode ser livremente associada às propinagens) ao PT. Ou então dizer, na inauguração de alguma obra, que o barbudo falou assim:“olha, companheiro, eu soube da sua ajuda ao PT, a gente tem de enfrentar esta luta eleitoral, né?”.
Pronto, está feita a associação que se precisa (ou talvez o Dr. Moro nem precise, já que escreveu para a Ministra Rosa Weber ler o voto que dizia que “não é preciso provas para condenar”).
Até porque se vai prometendo “perdão” e “mais perdão” a quem der esta preciosa colaboração.
Os fatos pouco importam, como pouco importa punir quem roubou, tanto que se os perdoa a granel.
O que importa é que as pessoas acreditem que é preciso uma solução extra-política, como se fez em 1989, com os “marajás” , segundo a qual eles seriam os responsáveis únicos pelas desgraças nacionais.
Arranjaram um homem jovem, cheio de declarações moralistas e tonitroantes, para caçá-los, lembram-se?
Que sonhos, hoje, povoam a mente do juiz Sérgio Moro?
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