DILMA, LULA E SANTANA SE ENCONTRAM PARA TROCA DE IDÉIAS


Dilma, Lula e Santana se encontram para a troca de ideias que não têmDeveriam estar à procura dos álibis que não há

A trinca dos pecadores: o populista que se acha um messias, a sucessora que pensa ser filha do mestre e o marqueteiro que tem certeza de que é um espírito santo
Trinca de pecadores: a sucessora que se imagina Filha do Mestre, o marqueteiro que se considera porta-voz do Espírito Santo e o farsante que se promoveu a messias
A economia está fazendo água — e, desde o tempo das cavernas, é quando ela bate na linha da cintura que o homem começa a nadar. 
O pibinho vai descendo a níveis siberianos, a inflação mesmo maquiada rompe a fronteira dos 7%, o dragão domesticado pelo Plano Real soluça nas cercanias dos dois dígitos. 
O rombo nas contas públicas é de assustar esquerdista grego, os juros sobrevoam a estratosfera, o desemprego cresce, a alta do dólar escancara a desconfiança mundial no Brasil.
O que Dilma faz para escapar do afogamento nessas cataratas de trapalhadas e más notícias? Procura afinar-se com Joaquim Levy? Esforça-se para aprender alguma coisa com o ministro da Fazenda fustigado pela idiotia do PT, pela ganância da base alugada, por “movimentos sociais” atolados no século 19, pela sede dos ministros que bebem verbas? Nada disso.
A supergerente de araque limita-se a pedir conselhos a Lula e encomendar ideias a João Santana.
O edifício lulopetista  está sitiado por rachaduras internas e fraturas expostas nos alicerces. 
A bancada fiel a Dilma na Câmara é insuficiente para eleger um vereador de grotão.
 No Senado, os contratos com o grupo de Renan Calheiros são tão confiáveis quanto os prazos do PAC. 
A geleia geral que os colunistas estatizados qualificam de “núcleo duro”do segundo mandato é outra reedição piorada dos Três Patetas.
Depois de ter montado o pior ministério da história, a doutora em nada faz o que pode para tornar ainda mais medonho o segundo escalão. 
As crias da Era da Mediocridade são incapazes de caminhar e mascar chiclete ao mesmo tempo. 
Nenhum interlocutor que tenha algo de útil a dizer tem tempo a perder com a mulher que fala dilmês. 
Não há sinais de vida inteligente no Palácio do Planalto. 
Diante disso, o que faz o neurônio solitário?
Encomenda ideias ao padrinho e pede conselhos ao marqueteiro do reino.
A pesquisa do Datafolha reafirmou a trágica contemporaneidade da lição ministrada por Mário de Andrade, há quase 90 anos, pela boca do personagem Macunaíma: “Muita saúva e pouca saúde os males do Brasil são”. 
Para os entrevistados, o segundo maior problema do país é a corrupção amamentada pelo Planalto. 
O ranking dos tormentos nacionais continua liderado pelo sistema de saúde que Lula, cliente VIP do Sírio Libanês, qualificou de “perto da perfeição”.
Perto da perfeição chegaram, isto sim, as saúvas de estimação cevadas desde o dia da posse pelo chefe-supremo de todas as bandalheiras. 
Os liberticidas larápios perderam a compostura em Santo André, perderam o juízo no Mensalão, perderam a vergonha no Petrolão. 
Em parceria com Dilma, Lula transformou o Brasil Maravilha num viveiro de quadrilhas impunes. Todas roubaram muito. Nenhuma roubou tanto quanto a desbaratada pela Operação Lava Jato, devassada por procuradores federais e exemplarmente enquadrada pelo juíz Sérgio Moro.
O roteiro reescrito pelas investigações está chegando ao climax. José Dirceu (codinome Bob) e Antônio Palocci, por exemplo, acabam de entrar em cena. 
É iminente a subida ao palco do astro principal. Se não fosse tão indigente o material aproveitável na cabeça baldia de Lula, se Dilma ao menos suspeitasse da própria mediocridade, se Santana conhecesse o limite da bandalheira, os três estariam cruzando madrugadas insones desde a publicação da pesquisa.
O Datafolha traduziu em algarismos e índices o retrato dramaticamente revelador esboçado pelas urnas de outubro. 
A presidente se reelegeu a bordo das tapeações de mágicos de picadeiro, nas falácias dos coronéis com topete implantado, nas vigarices e violências colecionadas pelas diversas ramificações que compõem o Grande Clube dos Cafajestes no Poder. 
Em pouco mais de um mês, o coro dos contentes ficou afônico, os truques deixaram de funcionar, a taxa de popularidade de Dilma foi devastada pelo raquitismo irreversível.
A rainha de João Santana está nua. Dilma é considerada falsa por 47% dos brasileiros, desonesta por 54% e indecisa por 50%. 
Para 52%, a presidente sabia da corrupção na Petrobras e deixou que ela ocorresse.
 Confrontada com tantas estatísticas pressagas, o que faz a chefe de governo? Tenta tomar distância dos delinquentes irrecuperáveis? Esquece no guarda-roupa as fantasias esfarrapadas?
Nada disso. Chama para encontros a sós os comparsas de sempre e gasta horas em sussurros com equilibristas manuetas, contadores de lorotas sem vagas sequer em mesa de botequim, vigaristas incapazes de renovar o estoque de embustes. 
O Brasil está mudando. 
Os velhacos só ficaram mais velhos. Lula segue recitando declarações de guerra à misteriosa entidade que batizou de “eles”. 
Dilma vislumbra imperialistas americanos por trás da ladroagem na Petrobras. 
João Santana delira (e enriquece) fundando pátrias educadoras.
Nenhuma farsa dura para sempre. 
Em parceria, Lula e Dilma enganaram milhões de paspalhos com o país autossuficiente em petróleo que importa um oceano de barris por ano, com as colossais jazidas do pré-sal que continuam nos abismos do Atlântico, com a nação que apesar da erradicação dos miseráveis tem andrajos hasteados em todas as esquinas, fora o resto. 
A terra dos abúlicos está farta de tanto cinismo.
O palanque ambulante está desgovernado. Dilma é só um poste instalado no Planalto para fazer o que o mestre mandar. 
Os mais de 51 milhões de brasileiros que votaram contra o PT riscaram um ponto de não-retorno. Dilma já completou seis semanas de mudez (e já faz alguns anos que não diz coisa com coisa). 
Lula posa de campeão das urnas sem jamais ter vencido uma eleição majoritária no primeiro turno.
Desde aquela vaia que estrugiu no Maracanã na abertura do Pan-2007, o único líder de massas que tem pavor de multidão só se apresenta para plateias amestradas. 
Se a candidatura prometida para 2018 for para valer, vai descobrir um país sem parentesco com o inventado pelo recordista mundial de bravata & bazófia. 
Durante a campanha, por exemplo, os entrevistadores já não poupam espertalhões.
O que dirá sobre o Caso Rose? E sobre o Petrolão? Se balbuciar que nada viu e nada sabe, será desmoralizado pela gargalhada nacional.
Dilma, Lula e Santana não deveriam perder tempo com trocas de ideias que não têm.
 A trindade nada santa faria um favor a si própria se saísse à caça de álibis que até agora não há.

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