Ato em defesa da Petrobras tem troca de socos entre petistas e grupo que pede impeachment de Dilma
Confusão ocorre na porta da sede da ABI, onde haverá ato organizado pela CUT e outras centrais sindicais
Confusão entre petistas e grupo a favor
do impeachment de Dilma marca o início do ato em defesa da Petrobras -
Domingos Peixoto / Agência O Globo
RIO - Militantes petistas e um grupo
que pede o impeachment da presidente Dilma Rousseff se enfrentaram nesta
terça-feira na porta da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Centro do
Rio, onde ocorre um ato intitulado "em defesa da Petrobras".
Inicialmente, houve xingamentos e dedo
em riste, e foram rasgadas bandeiras do PT e do grupo rival. Em seguida, os
militantes partiram para a briga física, e houve troca de socos entre os dois
lados.
Pelo menos um militante está com a mão ferida por causa da briga. Um
policial chegou a pegar um vidro de spray de pimenta, mas não jogou nos
manifestantes.
Os que se opõem ao ato gritam “Fora,
Dilma” e os petistas chamam os adversários de “golpistas” e “coxinhas”. O
evento, organizado por petroleiros e centrais sindicais, tem a presença do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
Ele chegou às 19h24m à sede da ABI. Como só há uma
entrada, o carro em que ele estava passou no meio dos manifestantes pró-PT, que
gritavam "Lula, guerreiro do povo brasileiro" e "Lula sai do
chão, o petróleo é do povão".
Militantes pró-Dilma e adversários se
enfrentam na porta da ABI, no Centro do Rio - Domingos Peixoto /
Agência O Globo
Lula foi cercado de personalidades como
os produtores de cinema Lucy e Luiz Carlos Barreto, o ex-presidente do PSB
Roberto Amaral, o líder do Movimento dos Trabalhadores Dem Terra (MST) João
Pedro Stedile e o vice-presidente do PT, Alberto Cantalice.
Pouco antes do início do evento, o
presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas,
defendeu a separação das investigações de corrupção na Petrobras da preservação
da imagem da empresa.
Ele defendeu que os corruptores sejam punidos, mas,
afirmou que há interesses privados se aproveitando da crise. Na linha da
presidente Dilma, ele mencionou as evidências de que já havia corrupção na
Petrobras no governo de Fernando Henrique (PSDB).
- Por trás disso há um interesse
fundamentalmente do mercado internacional de privatizar a Petrobras, tomá-la do
povo brasileiro - disse Freitas, afirmando que a CUT defende a continuidade das
investigações da Operação Lava-Jato e a punição dos culpados.
- Não queremos parar CPI, só achamos
que tem que ter investigação sobre tudo no Brasil. E não temos dúvida de que a
malversação da Petrobras começou no governo antecessor de Lula, de Fernando
Henrique Cardoso.
O líder sindical disse ainda que teme
que a crise da Petrobras provoque desemprego.
- Estamos aqui para defender a
Petrobras como empresa pública. Queremos separar as coisas. Se há corrupção, a
apuração é uma bandeira dos trabalhadores.
Se há corruptos e corruptores, que
sejam punidos. Diferente disso é fazer campanha contra a empresa, que é um
patrimônio do país. Seria muito ruim uma quebra da Petrobras por toda a cadeia
produtiva que ela representa. São 13% do PIB nacional. Nos preocupa o emprego e
o futuro do Brasil.
No fim da tarde, a confusão do lado de
fora fechou completamente o trânsito da Rua Araújo Porto Alegre, onde fica a
sede da ABI. Por volta das 18h20m, homens do Batalhão de Choque chegaram à via.
Apesar do evento estar marcado para as 18h, muitos manifestantes pró e contra
Dilma continuam do lado de fora do prédio.
Os que protestam contra o governo
batem panelas e pedem a saída da presidente. Um novo conflito aconteceu entre
manifestantes depois que o Batalhão da Polícia de Grandes Eventos (BPGE)
chegou. Controladores da CET-rio chegaram para liberar o trânsito na via.
Mesmo com a chegada do reforço
policial, manifestantes continuaram a provocação. Os que são a favor do governo
gritaram palavras de ordem e os contra bateram panelas.
Um manifestante do lado pró-governo
jogou um ovo no lado dos que protestam contra Dilma, saiu correndo e os
policiais foram atrás. Algumas pessoas pensaram se tratar de uma pedra e, com a
correria dos policiais e manifestantes, o clima ficou tenso.
Vinte homens do BPGE estão enfileirados
entres os manifestantes pró e contra o governo. Um dos organizadores, no carro
de som, pedia calma. Mas, em seguida, puxava um grito de "olê, olê, olá,
Lula, Lula".
Segundo a PM, há 500 manifestantes do
lado de fora da ABI neste momento. Um telão em um carro transmitirá o discurso
de Lula para quem ficou ao lado de fora.
O auditório da ABI tem capacidade para
500 pessoas e muitos não conseguiram entrar.
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