Um rapaz e uma rapariga australianos, hoje com quatro anos, são
o segundo caso mundial conhecido de gémeos semi-idênticos. O fenómeno em causa
é raro, visto que estes embriões geralmente não sobrevivem, informou na
quarta-feira a BBC.
Segundo
a BBC,
os gémeos semi-idênticos formam-se através de um óvulo fertilizado por dois
espermatozoides antes de se começar a dividir, formando dois embriões cada um,
com três séries de cromossomas (em vez dos habituais dois) – um da mãe e dois
do pai. É o terceiro conjunto de cromossomas que torna difícil a sobrevivência,
por ser praticamente incompatível com a vida.
De
acordo com o artigo, estes embriões são quase sempre do mesmo sexo e compartilham
os genes e as caraterísticas físicas.
“Este é um caso excecional de gémeos
semi-idênticos”, indicou o professor Nicholas Fisk, responsável pela equipa que
acompanhou a mãe e os gémeos.
Esta
foi a primeira vez que gémeos semi-idênticos foram identificados durante a
gravidez. A descoberta foi feita logo num exame de rotina, em 2014, no hospital
Royal Brisbane and Women, em Brisbane, Austrália, segundo um artigo publicado esta
quarta-feira no New England Journal of Medicine.
“A
ecografia feita passadas seis semanas mostrou uma única placenta e a posição da
bolsa amniótica indicava que ela [a mãe] estava à espera de gémeos idênticos”,
referiu o médico. Esta foi a primeira gravidez da mãe, que tinha na altura 28
anos, e teve os bebés através de parto normal.
O primeiro
caso conhecido de gémeos semi-idênticos foi identificado nos Estados Unidos, em 2007.
Biology is fascinating. Twins can be semi-identical. Sharing 100% of moms DNA but only 50% of dads DNA.
Este
tipo de casos é extremamente raro uma vez que, em princípio,
implica a fecundação do mesmo embrião por dois espermatozoides, em simultâneo,
e o desenvolvimento do feto conseguir proceder-se com sucesso.
Difere
dos gémeos monozigóticos – que resultam da divisão do óvulo
fecundado (por um único espermatozoide) em dois óvulos distintos – e dos dizigóticos –
que ocorrem quando dois óvulos separados são fertilizados, cada um por um
espermatozóide diferente, e desenvolvem-se no útero ao mesmo tempo.
Estes
últimos podem ser do mesmo sexo, ou de diferentes, e não são mais parecidos do
que qualquer irmão ou irmã, apesar de terem nascido juntos.
Os
gémeos não-idênticos são mais comuns do que idênticos, com as mães mais velhas
a serem mais propensas a ter este tipo de gravidez, porque são mais propensas a
libertar mais que um óvulo durante a ovulação.
O tratamento
da infertilidade, acrescentou a BBC, pode aumentar a hipótese
de uma gravidez de gémeos, visto que mais do que um embrião pode ser colocado
no útero.
TP,
ZAP //
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