O ano passado esteve entre os mais quentes desde 1880, quando começaram os registros modernos, segundo dados oficiais divulgados nesta terça-feira pela Agência Espacial Americana (Nasa) e pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA), números que reforçam as evidências de que a Terra está esquentando.
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Segundo a NOAA, a média das temperaturas combinadas da terra e da superfície dos oceanos em 2013 foi 0,62°C superior à média do século XX, de 13,9ºC.
De acordo com a fonte, 2013 empatou com 2003 como o quarto ano mais quente desde que os registros começaram a ser feitos, em 1880, enquanto para a Nasa, o ano passado foi o sétimo mais quente.
Apesar disso, para os especialistas, as diferenças reais de temperatura entre os anos são muito pequenas e a tendência generalizada a um planeta mais quente está clara.
O ano passado também foi o 37º mais quente sucessivamente, com temperaturas globais acima da média.
Para a NOAA, os primeiros 13 anos do século XXI estão entre os mais quentes já registrados, sendo que em 2010, 2005 e 1998 foram os de temperaturas mais elevadas.
Para a Nasa, a poluição provocada pelo homem e a queima de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão, fizeram aumentar os níveis de gases de efeito estufa, levando a esta elevação das temperaturas no longo prazo.
A concentração de dióxido de carbono está no nível mais elevado na atmosfera em 800 mil anos, tendo aumentado de 285 partes por milhão em 1880 para 400 partes por milhão no ano passado, informou a Nasa.
Segundo o climatologista da agência espacial, Gavin Schmidt, a menos que as tendências atuais mudem, o mundo deve esperar temperaturas nas próximas décadas mais elevadas do que na passada.
Ele descreveu o aquecimento das últimas décadas como "incomum" e fez uma advertência para que as pessoas não julguem se as mudanças climáticas estão acontecendo ou não com base em eventos climáticos aleatórios, como "ondas de frio".
"As tendências de longo prazo no clima são extremamente robustas", declarou a jornalistas.
"As pessoas têm uma memória muito curta quando se trata de sua própria experiência com o tempo e o clima, e a única forma de termos uma avaliação de longo do que está acontecendo é observando os dados", acrescentou.
Embora sejam produzidas de forma independente, os dados globais anuais da Nasa e da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) sobre o clima revelaram altas similares na temperatura de todo o planeta.
Uma diferença-chave entre o ano passado e outros anos quentes da década passada é que em 2013 não houve fenômeno El Niño para aquecer a região equatoriano, um fenômeno climático que poderia ser esperado e causaria um aumento das temperaturas globais.
Meteorologistas dizem que o El Niño poderia voltar em 2014, podendo tornar este ano ainda mais quente do que o passado.
Outro efeito preocupante do aquecimento global é o derretimento do gelo marinho no Ártico, que deve causar uma elevação no nível do mar com o passar dos anos, ameaçando comunidades costeiras ao redor do mundo.
"O gelo do mar no Ártico diminuiu consideravelmente, especialmente nos últimos 10 a 11 anos", afirmou Tom Karl, diretor do Centro de Dados Climáticos da NOAA.
O ano passado foi o sexto com menor extensão de gelo marinho no Ártico, enquanto na Antártica observou-se a tendência oposta, com gelo marinho acima da média.
Enquanto a maior parte do mundo experimentou temperaturas mundiais acima da média, algumas poucas regiões do centro dos Estados Unidos, leste do Pacífico e América do Sul estiveram mais frias do que a média, segundo a NOAA.
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